Aos 8 anos, Gabi faz cartinhas de esperança para clientes em açaí
Em momento de perdas e recomeços, esse foi o jeito que menininha encontrou para falar de amor com os clientes
Sensibilidade define cada gesto da pequena Gabriela Beatriz, em Campo Grande. Aos 8 anos, ela escreve cartas e desenhos com mensagens de esperança, amor e fé, e as deixa no trailer de açaí dos avós, localizado na Salgado Filho, para que os clientes se sintam amados e fortalecidos.
“Gosto muito de escrever as cartas porque é um jeito de eu mostrar para as pessoas que eu gosto muito delas, porque eu amo mesmo as pessoas. E quero mostrar pra elas que Deus se importa muito com elas, como eu”, diz a menininha com uma serenidade admirável.
“E os meus desenhos são pra que mesmo que elas estejam em momento difícil elas possam sorrir”, acrescenta.
Gabriela faz tudo com ajuda da mãe Caroline Cavalcanti, de 36 anos, que é neuro psicopedagoga. A mãe é quem finaliza as cartinhas com um envelope personalizado. Depois de prontos, mãe e filha levam as cartinhas até o trailer onde há um fluxo maior de pessoas.
As cartas ficam dentro uma caixinha com o seguinte recado: “pegue aqui uma mensagem de consolo e esperança grátis”.
Os clientes têm pego as mensagens e deixam o açaí emocionados, diz Caroline. “Alguns até levam para alguém que conhecem e que esteja precisando ouvir uma mensagem de consolo”, afirma.
O gesto começou no ano passado. Caroline a família são fieis testemunhas de Jeová e por causa da pandemia não realizam mais fazer visitas como costumavam fazer nas casas das pessoas. “Então comecei a escrever cartas de consolo e esperança para as pessoas que estão passando por momentos difíceis na vida. Mas a Gabriela me viu fazendo e pediu para fazer as suas, demonstrando amor às pessoas e de alguma forma ajudar o próximo”.
Nas cartas da menininha, ela mesma escolhe um versículo da Bíblia que traga consolo e esperança, assim escreve o texto que escolheu e finaliza com um desenho colorido.
“É muito raro ver uma criança tão pequena demonstrar amor dessa desta forma a que não conhece. Então muitos sentem-se tocados, emocionados e retornam para falar o quanto se sentiram consolados com esse pequeno gesto de carinho”.
Recentemente, Gabriela perdeu a avó para a covid-19, ficou muito entristecida, mas prometeu dar continuidade as cartinhas.
Como mãe e profissional, Caroline diz que sabe a importância de um bom exemplo, mas ver que ela tem esse desejo sincero de ajudar outros enche o coração de alegria. “Ainda mais nesse período de tantas perdas, dores e sofrimentos que estamos enfrentando”, finaliza.
A mãe ainda ressalta que todas as cartas são colocadas dentro de um envelope plastificado e são higienizadas assim que chegam no açaí.
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