Bicicletaria nasceu com homenagem à mulher e hoje é cheia de invenções
No Bairro Silviolândia, em Coxim, ele faz até lembrancinhas para cliente não sair de mãos vazias
Em Silviolândia, bairro localizado em Coxim, Deusdedith França, de 65 anos, é proprietário da única bicicletaria da região. Como se não fosse suficiente ser única, ela também é diferente. O colorido predomina a fachada decorada com placas onde estão pintados os nomes de cada mulher que pôs os pés no local.
Antes de exercer o trabalho, Deusdedith atuava numa empresa de São Paulo. Mas, em 28 de novembro de 1992, ele largou o ofício e chegou à Silviolândia com a família buscando novos ares.
Deusdedith conta como se envolveu com o negócio. “Essa bicicletaria pra mim é uma história. Vim para Coxim fazer um trabalho diferente, porque me cansei de São Paulo. Comecei com outras coisas, mas conheci um senhor na cidade”, diz.
O senhor em questão era o dono de uma bicicletaria. Na época, o homem estava doente e pediu ajuda do novo vizinho. “Ele comprava as peças e eu montava”, explica. Assim, Deusdedith entrou no ramo para nunca mais sair. “Ele faleceu e eu continuei. Isso há mais de 20 anos. De lá para cá tô nesse ramo”, afirma.
Conhecido como ‘professor pardal’ na região, o profissional recebeu esse apelido devido ao seu envolvimento com a arte. Criativo, ele não só conserta as bicicletas como também vive inventando novas decorações para o lugar.
Ele explica que sempre está criando algo para a bicicletaria e se envolvendo com algum evento. “Todo ano eu modifico a bicicletaria com uma arte, um trabalho diferente para as pessoas. Me inteirei nessas diversões ajudando a cidade a promover os eventos e toda vez que tem passeio a gente participa com as crianças. É um trabalho bem bom pra gente”, afirma.
Decoração diferente - Entre as invenções estão as placas com o nome de cada cliente que visita o ambiente. “Ano passado eu colocava os nomes das mulheres na frente das paredes da bicicletaria. Toda mulher que entrava, eu fazia uma plaquinha”, conta.
E as artes não param por aí, pois ele sabe criar figuras a partir de itens que foram descartados por outras pessoas. “Tudo que for arte de ferro velho eu faço, faço peixe, escorpião, vaso. O que precisar, eu faço”, frisa.
Por isso, a bicicletaria é quase um museu a céu aberto. Em todo lugar existe uma novidade diferente, desde as bicicletas coloridas que viraram parte da decoração a guitarra pendurada na entrada. O espaço também é cheio de vasos de plantas.
Segundo Deusdedith quem entra ali também não sai de mãos vazias. “Tem um pessoal que faz passeio, eles param, tiram foto, levam uma lembrança da bicicletaria”, comenta.
As lembrancinhas costumam variar conforme a época do ano, por exemplo, de janeiro a novembro ele confecciona borboletas e passarinhos. Já no natal são itens e outros itens que remetem à celebração.
Em Coxim, Deusdedith vive com a esposa e os três filhos. Para ele não há lugar melhor. “É excelente, é a coisa mais maravilhosa do mundo. Aqui é paz, não tem problema com ninguém, cada um tem seu cantinho”, pontua.
Sobre as visitas que vem de todos os cantos para ver a bicicletaria, o homem diz receber todos com carinho. “Meu conhecimento é tão grande que vem pessoas de todos os cantos. Tenho maior prazer em receber as pessoas”, conclui.
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