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Comportamento

Bonsai é filosofia de vida para Edson, que mantém coleção em clínica

Dos avós e do pai, ele herdou a paixão pela arte milenar que mostra a riqueza e versatilidade do bonsai

Jéssica Fernandes | 23/08/2023 07:31
Na entrada do consultório estão posicionados alguns dos bonsais. (Foto: Paulo Francis)
Na entrada do consultório estão posicionados alguns dos bonsais. (Foto: Paulo Francis)

Na Avenida Mato Grosso, o portão de vidro transparente permite que quem passe na rua admire os bonsais. A coleção faz parte da decoração da clínica odontológica do casal Edson Massuo Mori e Cláudia Nakassame Mori.

Eles trabalham juntos no local que antes era uma casa, mas em 2002 foi transformada e adaptada para ser um consultório. Os primeiros bonsais chegaram no mesmo ano e vieram direto da residência do dentista, que é um praticante da arte milenar iniciada na China e aperfeiçoada no Japão.

É cruzar a porta principal para encontrar os primeiros três bonsais que formam o pequeno corredor que conduz à recepção. Ainda no portão, do lado esquerdo, estão posicionados em curta distância os mais de cinco bonsais que formam a vista privilegiada para quem transita pela calçada.

No jardim do consultório, Edson molha algumas das plantas. (Foto: Paulo Francis)
No jardim do consultório, Edson molha algumas das plantas. (Foto: Paulo Francis)

Dos avós e do pai, Edson herdou a paixão e o carinho com os bonsais. Os primeiros ensinamentos vieram através da família e depois o dentista seguiu aprendendo sozinho com o passar do tempo. Quando é para falar sobre essa arte, Edson dá uma verdadeira aula começando pelos diferentes estilos.

“Tem o reto informal que o tronco é suave, tem inclinações de um lado para o outro. Chama reto ou moyog. Aí tem o chokkan que é reto formal, o bunjingi literati que normalmente não tem quase nada (ramificação) só em cima. Por exemplo, plantas de região costeira, litoral ou da montanha são varridos pelo vento que é fukinagash”, explica.

Primavera, amora, limão, azaleia e outras espécies foram transformadas. O bonsai, que no ideograma japonês significa ‘plantado na bandeja’, permite que várias plantas sejam transformadas dentro dos estilos citados por Edson e outros, como o hokidachi (vassoura),  shakan (inclinado ou oblíquo), kengai (cascata), han Kengai (semi-cascata).

No ideograma japonês bonsai significa 'plantado na bandeja'. (Foto: Paulo Francis)
No ideograma japonês bonsai significa 'plantado na bandeja'. (Foto: Paulo Francis)

O dentista comenta que são várias as possibilidades, mas nem toda espécie se encaixa com a arte. “Bonsai você pode fazer de qualquer tipo de planta que forme madeira ou seja lenhosa e semi lenhonhas. As suculentas e mesmo a rosa do deserto a gente não considera bonsai porque o tronco não tem madeira”, diz.

Após escolher e plantar a muda no vaso apropriado, que lembra o formato de uma bandeja, os arames são outra etapa necessária. Dentro do consultório, Edson mostra o bunjingi literati que tem pequenos arames enrolados nas ramificações.

“Os arames são para dar forma, você vai conduzir a planta porque é uma arte, é como se você estivesse pintando. Você vai dar um estilo na planta, mas depende da planta”, comenta.

Dentro do consultório, a mesa foi decorada por um bonsai. (Foto: Paulo Francis)
Dentro do consultório, a mesa foi decorada por um bonsai. (Foto: Paulo Francis)
No jardim é possível observar os diferentes estilos do bonsai. (Foto: Paulo Francis)
No jardim é possível observar os diferentes estilos do bonsai. (Foto: Paulo Francis)

Além de cuidar dos bonsais da clínica, ele também dedica tempo aos que estão em casa. “É como uma arte. Pra mim é uma filosofia de vida, no final de semana gosto de estar relaxando, coloco um sonzinho e fico lá mexendo com as plantas”, afirma.

No consultório, nenhum dos bonsais carrega um significado ou história especial para o dentista. O único, segundo ele, está na residência. “Tem um que era do avô da minha esposa”, conta. Outro ‘bonsai’ que foi presente de paciente é a pequena árvore feita de lego. Essa tem um lugar para si na clínica.

A versatilidade do bonsai é tanta que é possível criar verdadeiros cenários com ele. No jardim, Edson fez dois, sendo um em tamanho médio e outro grande. “Esse aqui é como se fosse lá na África, eu falo que é a montanha de Kilimanjaro”, explica. A outra paisagem também remete a uma montanha e com um rio onde um pequeno barco foi posicionado.

Bonsais também formam paisagens, como a da montanha da África. (Foto: Paulo Francis)
Bonsais também formam paisagens, como a da montanha da África. (Foto: Paulo Francis)
Lego que remete ao bonsai é presente que dentista mantém na clínica. (Foto: Paulo Francis)
Lego que remete ao bonsai é presente que dentista mantém na clínica. (Foto: Paulo Francis)

Ainda no jardim, é possível encontrar bonsais de plantas coníferas, caducas, perenes e ficus. "Essa planta é o mesmo ficus que da Afonso Pena, da Mato Grosso", explica. No espaço ampliado pelo dentista para comportar o jardim, também foi colocado na entrada um templo japonês. A estrutura pertencia ao avô de Edson.

Dentro da clínica, as paredes são decoradas por quadros pintados pela esposa. Outro gosto particular dela são as coleções de boneca japonesas organizadas e expostas dentro de um armário de vidro.

Na sala ao lado, o dentista montou um tokonoma que traz no centro o samurai com sua exuberante armadura. No lado esquerdo e direito, foram colocadas orquídeas, enquanto numa ponta está a espada e na outra um vaso com água e pedras brancas.

Samurai e orquídeas compõem o tokonama na área interna do consultório. (Foto: Paulo Francis)
Samurai e orquídeas compõem o tokonama na área interna do consultório. (Foto: Paulo Francis)
Samurai japonês pertencia ao pai do dentista. (Foto: Paulo Francis)
Samurai japonês pertencia ao pai do dentista. (Foto: Paulo Francis)

Cada detalhe, desde os bonsais, quadros ao tokonoma, faz da clínica um espaço singular e oposto daquele ambiente 'frio' que muitos consultórios mantêm. Ao inserirem os gostos pessoais no consultório com espaço aberto e luz natural, o casal conseguiu fugir do ambiente fechado onde trabalhavam anteriormente.

"Para a gente poder trabalhar tem que ser um lugar mais leve do que ser fechado, esse foi o objetivo. Então estamos num dia e vendo a natureza. Antigamente, o consultório era fechado. A gente sempre teve esse sonho de montar o consultório, minha esposa tinha o sonho de ter um pomar, então as crianças vêm aqui tem jabuticaba, acerola", diz.

Coleção de bonecas japonesas da esposa de Edson, a dentista Claúdia. (Foto: Paulo Francis)
Coleção de bonecas japonesas da esposa de Edson, a dentista Claúdia. (Foto: Paulo Francis)

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