Centro ganha novo espaço cultural dedicado aos povos originários
Local vai funcionar de quinta-feira a domingo, com rodas de conversa e sarau
O Centro de Campo Grande acaba de ganhar um novo espaço cultural dedicado às lutas, memórias e discussão de pautas voltadas aos povos originários. A Embaixada Indígena foi inaugurada na noite deste sábado (8), e contou com a presença de autoridades e lideranças de diversas aldeias sul-mato-grossenses. O espaço está localizado na esquina da Rua 14 de Julho com a Maracaju, e irá funcionar de quinta-feira a domingo, com rodas de conversa de dia e sarau cultural no período da noite.
As rodas de conversa serão mediadas por parceiros da Embaixada, que também servirá de local para lançamento de livros, sempre com temas voltados à cultura indígena e temas progressistas. O sarau ficará por conta de empreendedores da economia criativa parceiros da feira Ziriguidum. A arte que estampa as paredes do centro cultural foi feita pelo artista local San Martínez.
A inauguração contou com a presença da Ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, que chegou ao evento acompanhar pelas deputadas federais Célia Xakriabá e Camila Jara. A ministra foi recebia com cortejo e cerimonia e abertura da inauguração teve apresentação cultural do povo Terena.
O supervisor de call center Gino Vieira, 26, marcou presença no evento, e comemora a conquista da juventude indígena com a inauguração de um espaço dedicado a pautas dos povos originários. De etnia Terena, Gino nasceu na Aldeia Limão Verde, no município de Amambai.
“O espaço fomenta a questão da visibilidade indígena no contexto urbano, de mostrar que a gente está presente, não só nas aldeias ou territórios, mas também nas grandes cidades, como Campo Grande, uma cidade onde habita uma grande população indígena” ressalta.
Gino ainda reforça que a importância do centro cultural está em disseminar a arte e a cultura indígena, que muitas vezes fica presa apenas as aldeias. “O espaço é para mostrar a nossa arte, a nossa cultura, que a gente às vezes só encontra em assembleias, nos territórios mesmo, e agora vamos encontrar aqui nesse espaço que agora é nosso”.
Arnoldy Fernandes, 23, faz parte Organização da Juventude Terena de Mato Grosso do Sul, vem do território indígena de Buriti. Atualmente residindo em Campo Grande, comenta a carência da cidade em relação a espaços voltados a abraçar a cultura dos povos originários.
“A inauguração da Embaixada Indígena, é de suma importância, é um momento histórico para o nosso povo. Eu fico muito feliz. Estamos aqui para mostrar o nosso protagonismo, porque chegou a nossa vez de nós falar por nós”, destaca.
A curadoria do espaço ficará por conta das curadoras Tanaira Sobrinho e Bárbara Albino, responsáveis pela parte cultural da Embaixada.
De origem terena, a curadora Tanaira destaca que a Embaixada Indígena já existe desde 2022, como parte do projeto Aldear a Política, e celebra poder trazer o espaço para a região central, em uma rua que promete se tornar um corredor cultural na cidade.
Liderança indígena, Val Eloy ressalta que em Campo Grande vivem quase 20 mil pessoas de origem indígena, portanto a expectativa é criar um espaço para fortalecer a luta do movimento dos povos originários na cidade.
“A gente precisa se fortalecer e trazer o protagonismo da nossa luta, da nossa resistência. Eu acho que a vinda nossa aqui pra 14 de julho, que se tornará um corredor cultural, a presença dos povos indígenas soma com toda a luta e resistência de outros povos também”, finaliza.
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