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Comportamento

Covid e assalto fazem Manoel largar tudo para viajar de bicicleta

Ex-pedreiro saiu de Aracaju há 40 dias e pretende chegar ao Peru

Gabriel Neris e Caroline Maldonado | 15/05/2022 08:04
Manoel acena durante pedalada em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã)
Manoel acena durante pedalada em Campo Grande (Foto: Kísie Ainoã)

Vítima da violência urbana e também da covid, Manoel Ramos, de 61 anos, decidiu largar  a profissão de pedreiro e deixar tudo para trás. Já são 40 dias pedalando e conhecendo o Brasil.

O ciclista de Aracaju (SE) está passando o fim de semana em Mato Grosso do Sul e contou ao Campo Grande News porque decidiu tomar novo rumo.

Ele conta que passou 22 dias com balão de oxigênio depois de pegar covid. Não bastasse a saúde debilitada, quando esteve trabalhando em Minas Gerais foi alvo da violência. Dormia em um alojamento e acabou assaltado e agredido. Lembra apenas que acordou com corte na cabeça já no hospital.

“O médico me disse que precisava botar uma placa na cabeça. Algo em torno de R$ 30 mil. É muito caro. E eu teria que ir ao médico a cada seis meses 'mexer na cabeça'. Não tenho condições”, conta.

Os dias sobre a cama de hospital fizeram despertar um novo sentido na vida de Manoel. Montou um aparato com barraca, cobertores e roupas, colocou tudo sobre a garupa, e decidiu pedalar. Passou por Minas Gerais, São Paulo e Bolívia. Em Mato Grosso do Sul já conheceu Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Corumbá e Maracaju, onde ganhou manutenção da Bike Center Pantanal.

Manoel conta que pretende chegar até o Peru (Foto: Kísie Ainoã)
Manoel conta que pretende chegar até o Peru (Foto: Kísie Ainoã)

“Tenho recebido muita ajuda, de muitos lugares. As pessoas são muito hospitaleras aqui. Aqui é muito bonito. Vi coisas que nunca tive oportunidade. É bem marcante”, conta, principalmente se referindo ao Pantanal sul-mato-grossense.

E não para por aí. Manoel ainda pretende seguir para Mato Grosso até chegar ao Peru. Depois descer o Brasil novamente até o Rio Grande do Sul e terminar a viagem em Aparecida do Norte (SP). Tudo em três anos. “Depois quero escolher uma cidade pacata para morar, encontrar um patrocinador e fazer um documentário e um livro”, diz o agora ex-pedreiro.

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