Davi vibra de emoção ao ganhar “Barbie” com deficiência como ele
Davi usa órteses e ganhou da mãe o Ken da Barbie, que está na cadeira de rodas e o fez se sentir representado
Por muito tempo, Davi Souza, de 15 anos, não se reconhecia nos brinquedos, especialmente, nos bonecos. Ninguém tinha uma deficiência como ele e nem usava acessórios para locomoção como as órteses, que ele usa desde a infância. Mas, nesta semana, o sorriso de Davi foi um dos mais sinceros e largos que sua mãe já viu depois que ele ganhou um Ken da Barbie na cadeira de rodas, trazendo à tona, toda a representatividade para uma criança com deficiência.
A mãe Anna Paula Garcia conta que Davi nasceu com paralisia cerebral e tem TEA (Transtorno do Espectro Autista). Ele não fala e tem dificuldades para locomoção, no entanto, entende tudo no dia a dia.
“Às vezes, eu brinco que esqueceram de falar para o Davi que ele tem limitações, porque ninguém o segura. Ele corre, brinca, sorri, é uma criança feliz e que faz de tudo para levar uma vida normal”, descreve a mãe.
E foi a deficiência do filho que levou o pai de Davi a se especializar em aparelhos ortopédicos e produzir órteses para adultos e crianças.
Com o tempo, a mãe foi observando que não haviam brinquedos, especialmente, bonecos que representassem a vida de crianças com deficiência. “Era muito difícil a gente ver a representatividade nesse ramo, e a gente queria brinquedos que representassem ele também e outras crianças”.
Com isso, o próprio pai passou a produzir órteses em tamanhos minúsculos para colocar nos bonecos de super-heróis, com isso, claro, Davi esbanjava felicidade toda vez que brincava.
Mas quando surgiu a boneca mais famosa do mundo na cadeira de rodas, Anna não segurou a emoção. “Eu fiquei emocionada”, descreve.
Foi então que ela decidiu investir no brinquedo e presentear Davi nesta semana. O resultado, sem dúvidas, está no sorriso que demorou muito a sair do rosto. “O Davi ficou muito feliz de se ver com o boneco. Ainda que ele não esteja na cadeira de rodas, ele conhece muitas crianças que estão, e isso o deixou muito feliz”.
Para a mãe, essa representatividade faz toda diferença. “É importante, porque as crianças também se enxergam no boneco, se sentem representadas”.
Na opinião de Anna, isso também contribui para um mundo mais respeitoso à diversidade. “A gente tem que respeitar todos, o mundo é diverso, e essa mudança começa com a criança”, diz. “A criança não nasce preconceituosa, vejo isso nas escolas com crianças querendo ajudar e empurrar a cadeira de rodas do coleguinha com deficiência ou ajudar o Davi. Por isso, todo mundo aprende com a diversidade. Inclusão é isso e acho importante a representatividade em um simples brinquedo”, finaliza.
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