Longe da sala de aula, pandemia mostrou professores herois
No especial de fim de ano, o Lado B relembra exemplos de quem tomou a dianteira da educação e superou desafios juntos dos alunos
Em 2020, a pandemia da covid-19 modificou a rotina de vários profissionais e com os professores não foi diferente. Quase que de um dia para o outro, a sala de aula foi substituída pela tela do computador ou celular, e os professores se viram diante de algo inédito: o fechamento das escolas públicas e particulares.
Essa paralisação, no entanto, não representou o fim das atividades escolares. Pelo contrário. Muitos rebolaram para dar conta das atividades do ano letivo. Em meio aos desafios, conhecemos verdadeiros "heróis".
"Blogueirinhos", professores se reinventam para dar aulas on-line
Logo no início da quarentena em Campo Grande, mostramos professores que se viraram nos 30 para não prejudicar os alunos. Contamos a história do professor de Geografia Felipe Vitório Lucero que buscou dar o seu melhor em frente as câmeras para continuar ensinando fora da sala.
Naquele período, Felipe contou como os colegas de trabalho estavam se reinventando e trabalhando mais que o normal, numa rotina que pegou todos de surpresa.
No campo, sorriso de aluno se abre quando vê caderno de atividade
Se para quem mora na cidade o acesso as aulas on-line foi um desafio, imagina para quem vive no campo sem internet. Em reportagem mostramos a alegria dos alunos depois da iniciativa de um professor em levar o caderno de atividades até as crianças. O sorriso era de estudantes da Escola Municipal 8 de Dezembro, que fica a 120 quilômetros de Campo Grande, que também fechou as portas na pandemia por conta do isolamento social.
Professora decora carro e dirige só para entregar kit junino aos alunos
Em julho, a professora Alice Ferraz provou que educador é humano que não larga o osso quando a maior paixão da vida é ensinar. Para não deixar seus alunos desanimados, ela decorou o próprio carro com tema de festa junina, se fantasiou e dirigiu até a casa dos alunos para levar o caderninho de atividade. Ela ainda escreveu o nome dos baixinhos em bandeirolas, levou presentes e conseguiu aquecer o coração das famílias. A professora leciona na Escola Municipal Darthesy Novaes Caminha, no Jardim Leblon. A unidade é voltada à educação do campo e atende alunos da zona rural de Campo Grande.
Professora viaja 90 km para entregar atividade a aluno sem internet
Também em julho contamos a história da professora Maria Fatima Diaz, de 52 anos, de uma escola pública de Porto Murtinho, que nem estrada com lama ou esburacada impedia ela de viajar 90 quilômetros a cada 15 dias para entregar o caderno de atividades aos seus alunos de uma escola rural na região.
Buzinaço faz “profe” chorar com as crianças que ensinou a ler e escrever
Em setembro, a professora Beatriz Bezerra, de 41 anos, teve o melhor aniversário dos últimos tempos. Mesmo com as dificuldades da pandemia, conseguiu pré-alfabetizar à distância uma turma inteira de crianças que leciona no Colégio Dom Bosco. A recompensa só pelo dever cumprido poderia ter parado por aí, mas as mães dos alunos resolveram preparar uma surpresa bem no dia do aniversário dela, em maior clima de festa. Agradecimento que também contou com a alegria e diversão da criançada.
Em ano desafiador, professor chorou e sorriu na batalha de ensinar
No mês dos professores, outubro, contamos a história de Willie, Kelen e Luciana. Para eles, o caderno de planejamento escolar entrou na história como um dos mais simbólicos da batalha de ensinar. Num ano em que a pandemia do novo coronavírus mudou os rumos de tantas profissões, o Dia dos Professores foi de reflexão sobre as lições que 2020 trouxe à educação.
Os três contaram como foram forçados a repensar metodologias para contemplar os mais diferentes contextos. A diversidade da sala de aula deixou de ser apenas sobre a personalidade dos alunos e passou a ser quanto às formas de chegar aos estudantes nos mais variados ambientes, utilizando muitos recursos simultâneos – portais de ensino, plataformas de aprendizagem, vídeo aulas gravado, web aulas por meio de videoconferências ao vivo, roteiros de estudo impressos, mensagens por e-mail ou por outros aplicativos – sem limite de carga horária para conseguir resolver toda a demanda. E, meses depois, eles ainda tentam entender o processo e atender a alfabetização de seus alunos.
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