Nair levou 67 anos para criar sua “minifloresta” em pleno Amambaí
Desde árvore buchinha até parreira de uva, a moradora dedicou vida a plantar espécies variadas
Em 1955, Nair Modesto se mudou para o Amambaí quando poucas casas se espalhavam pelo bairro e, desde então, começou a cultivar o que se tornaria um quintal tomado por vegetação. Se parecendo mais uma “minifloresta”, o resultado de uma vida dedicada ao amor por ter a natureza por perto veio com bucha vegetal, morangos e até uvas sendo colhidas no quintal.
Há 67 anos, o terreno era praticamente vazio e conservava toda sua área em terra. Na época, Nair morava com os pais e cinco irmãos, sendo que desde pequena já tinha “mão boa” para plantar.
“Minha mãe gostava muito de planta, árvore, mas dizia que não tinha jeito. Então ela sempre voltava com as mãos cheias de mudinhas e trazia para eu plantar. Não sei o que acontece, mas sempre deu certo”, conta Nair.
Hoje, aos 85 anos, a moradora explica que depois de todos esses anos cultivando um pouco de tudo, nunca se imaginou sem os verdes que tomam o quintal. Com algumas plantas em vasos, a maior parte do que foi criado veio de sementes ou mudas e seguiu direto para a terra.
Sem usar fertilizantes, adubos comprados ou outros materiais para melhorar o solo, ela narra que tudo é realmente orgânico. “Eu uso só água para molhar e a natureza resolver. Ela é que me deu, então precisa me ajudar”, brinca.
Espalhadas por todo o quintal, plantas de cores diversas se somam às árvores frutíferas e outras que foram plantadas apenas para gerar sombra. “Aqui tem até milho, cana, já plantei algodão, jabuticaba. Esse ano não deu muita fruta, mas ainda consegui comer algumas”.
Acostumada a preparar mudas para outras pessoas, Nair narra que é difícil que alguém entre no quintal e não se empolgue com a variedade de vegetação. “As pessoas ficam doidas porque é bastante coisa. Vai pedindo muda disso, muda daquilo, é engraçado até”.
E conforme a caminhada pelo quintal vai seguindo, novas coisas não param de surgir. Depois de mostrar o chifre-de-veado, a árvore buchinha, milho e cana-de-açúcar, chegou o momento de encontrar os vasos de morango, mais plantas e até uva.
“Às vezes eu penso que não tenho mais espaço, mas aí vejo uma coisa ou outra e não aguento, compro. Até evito de ir em floricultura porque sei que vou acabar trazendo mais alguma coisa”, diz Nair.
Mesmo com o quintal grande e todo ocupado por plantas e árvores, ela conta que o trabalho para cuidar vale a pena. “Eu canso às vezes, mas não dá tanto trabalho. E muita coisa eu nem plantei, só coloquei uma muda, cresceu e as sementes foram se espalhando. Então eu gosto mesmo”, completa.
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