Para entreter, mãe leva filhos para a cozinha e ensina fazer bolo
No período de isolamento das mães precisam se virar nos 30 para manter as crianças ocupadas e seguras, sem sair de casa na Capital
Vale tudo para manter a criançada ocupada em casa durante o período de isolamento, em Campo Grande. As mães estão tendo que se virar nos 30 e fazer programações para não deixar o tédio tomar conta da casa, tornando as coisas ainda mais difíceis. São várias opções para gastar a energia da garotada e manter a família unida.
Gleiciane Schmitt Viana tem três filhos em casa, o João Pedro de 8 anos, Maria Luiza de 5 e Maria Flor de 3. Aos 31 anos, ela é acadêmica de Publicidade e Propaganda, e atua como Executiva Comercial em uma empresa da Capital. Está realizando trabalhos home office para cuidar dos pequenos.
“Não estão mais saindo de casa por conta do coronavírus, desde ontem”, conta a mãe. Por isso, ela preparou uma programação diária do que fazer com as crianças em casa para não deixar o tédio tomar conta. “Cada dia vai ter coisas diferentes para fazer e o que eles mais gostarem, podemos repetir”, diz.
De manhã, os três irmãos brincam entre si com seus brinquedos até cansarem. “Depois levo para a sacada de casa, pois moro num apartamento. Coloco água em bacia e peço para lavarem os brinquedos. Após, tampo o ralo da sacada e encho d’ água. Eles brincam de piscininha e amam. Aproveito, dou banho neles ali mesmo”, conta Gleiciane.
Essa programação do primeiro dia ocorreu ontem e os pequenos estavam animados. No período da tarde, a mãe liberou as telas. “As meninas escolherem filme e o João Pedro preferiu o tablet”.
“Depois que acabou o filme, fomos fazer bolo. Acho importante eles participarem da preparação, pois, assim se sentem parte do processo e penso que incentiva mais a comer o bolo também”, comenta a mãe. A garotada estava animada, sentarem em volta da mesa perto dos ingredientes para observar atentamente como se faz um bolo.
Os pequenos sorridentes, se mostraram animados com o aprendizado e nem um pouco cansados para as novidades. A programação de hoje também está cheia e eles vão poder brincar livremente dentro de casa até enjoarem. Após isso, vão separar os brinquedos que não desejam mais para doação. “A tarde é pintar com aquarela e brincar de mímica”, adianta a mãe.
Gleiciane sabe que mesmo que as crianças não sejam grupo de risco, elas podem ser os vetores da doença, por isso todo cuidado é pouco. “A nossa responsabilidade como pais é de orientar e ensinar de maneira direta sobre o que está acontecendo, além de proteger nossas crianças. No começo, até achava exagero, mas passei a ler a fundo sobre o coronavírus e cheguei à conclusão que, se nos conscientizarmos sobre o isolamento e a prevenção, em breve tudo estará mais calmo”, destaca.
“As crianças já entenderam o que aconteceu. Falamos com os avós e tios por chamadas de vídeo. Aprenderam a lavar as mãos e que não podem colocar nada na boca, olhos e nariz. De duas em duas horas o despertador do celular toca para lavarmos as mãos”, conta Gleiciane.
Na casa de Francielle Franco também está ocorrendo a conscientização. Ela é empresária, tem 36 anos e é mãe da Júlia de 2. A partir de hoje a pequenina já não poderá mais ir à escola e ficará com a ela em casa.
“Eu e meu marido vamos nos revezar para ficar com ela em casa. Somos empresários do ramo de seguros e temos essa disponibilidade de fazer home office em alguns períodos, mas ainda precisaremos sair de vez em quando”, diz.
Desde que o coronavírus chegou na Capital, a família optou por não ter contato com os pais e assim protegê-los. “Temos que nos virar sozinhos”, fala Francielle. A saudade vai apertar, mas a visita não será possível por algum tempo, por um bom motivo.
Como o período de isolamento da filha começa hoje, ela ainda não preparou uma programação do que fazer em casa, mas está preparada com alguns materiais para entreter a pequena Júlia.
“Imprimi vários desenhos para pintar, providenciei bastante papel e giz de cera. Também estão circulando nos grupos de mães alguns vídeos de brincadeiras, canais de contação de histórias. Tenho tudo favoritado no meu celular para podermos deixar esse tempo o mais divertido possível”, afirma.
Os desenhos é uma opção para distrair a filha enquanto, Francielle trabalha em casa. “Meu box de crossfit também está nos enviando treinos on-line para fazermos em casa e conto com a ajuda dela para treinar e tornar também um momento de brincadeira”, diz.
Apesar do isolamento começar hoje, a mãe acredita que a filha vai sentir falta dos coleguinhas da escola. “Das brincadeiras e professoras. Ela é uma criança muito sociável, que adora gente por perto. Vai acumular muita energia nesses dias”, brinca.
No entanto, a previsão para ficar em casa vai até o começo de abril. “A orientação é que as aulas voltarão no dia 6 do mês que vem”, conta a mãe. Contudo, o lado bom de ficar sozinhas em casa é que o tempo vai melhorar ainda mais a relação das duas. “Vai nos aproximar. Nosso dia a dia é sempre corrido, ela vai para a escola em horário integral, então nosso único momento juntas é a noite”, relata.
“Esse período, com certeza, não será fácil e creio que vai faltar criatividade para mamãe aqui, mas vamos tentar tornar mais leve e divertido. Estamos passando por um momento difícil, de muito medo e incertezas, porém quero que ela guarde somente boas memórias”, conclui Francielle.
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