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Comportamento

Robson é manicure que ama fofocar com as clientes longe do preconceito

Após 17 anos, profissional decidiu deixar o interior para realizar o sonho de abrir esmalteria

Por Idaicy Solano | 15/08/2024 07:14
Robson conta que adora bater papo com as clientes e até oferecer 'ombro amigo' (Foto: Paulo Francis)
Robson conta que adora bater papo com as clientes e até oferecer 'ombro amigo' (Foto: Paulo Francis)

Que preconceito que nada! Aos 31 anos, Robson Santos é manicure que adora fofocar com as clientes, acompanhado de um bom cafézinho. Na profissão dominada por mulheres desde adolescente, após 17 anos o profissional decidiu deixar sua cidade no interior, e vir para Campo Grande realizar o sonho de abrir a própria esmalteria.

Nascido e criado em uma fazenda de São Gabriel do Oeste, Robson relata que vem de uma família simples. Como seus pais não tinham dinheiro para pagar uma faculdade, ele começou a trabalhar com unhas aos 16 anos. A oportunidade surgiu por meio de uma amiga, que precisava de um auxiliar para lhe ajudar com as clientes. Ele começou no básico: preparando as clientes, removendo o esmalte e esterilizando os utensílios.

Com o tempo, a admiração pela profissão foi crescendo cada vez mais, fazendo com que ele passasse de ‘perdido na vida’, por não saber que profissão seguir, para alguém cheio de sonhos a cumprir.

“O que apareceu pra mim naquele momento foi [a oportunidade] de ser auxiliar no salão, e depois crescer profissionalmente com isso, foi o que eu abracei e fiquei pra mim até hoje. Eu nunca fui atrás de uma outra profissão, de estudar alguma outra coisa. Eu abracei a profissão de manicure e tô até hoje”, declara.

Dos momentos que não são terapia, mas são terapêuticos, o profissional relata que divide momentos de muitas risadas, e até oferece o ombro para as clientes chorarem. Os papos vão desde compartilhar como foi a semana, até projetos, conquistas e superações. A simpatia é tanta, que ele garante que conquistou até um público masculino fiel, que também não abre mão dos cuidados com as unhas.

“A gente escuta tanta coisa, cada história divertida e também triste, de superação, são tantas histórias que passam por nós. Meu maior público ainda continua sendo o feminino, mas os homens procuram também se cuidar semanalmente. Tem um senhor aqui em Campo Grande, que ele faz quinzenal a unha dele. Toda vez ele vem me procurar, porque gosta que cuide do pé e da mão dele”, comenta sobre a rotina.

Manicure relata rotina com os clientes e comenta sobre sonho de abrir esmalteria (Foto: Paulo Francis)
Manicure relata rotina com os clientes e comenta sobre sonho de abrir esmalteria (Foto: Paulo Francis)

Apesar de um homem seguindo a profissão de manicure não ser um estigma tão grande, a ponto de fazer Robson sofrer algum tipo de preconceito recorrente pela carreira que escolheu, ele declara que sempre “tem aqueles que criticam, que falam, que querem deixar você para baixo”, mas ele não se deixa abalar.

O maior desafio de sua carreira, até agora, ele relata que foi criar coragem para sair do interior e vir para Campo Grande realizar seu sonho de ter a própria esmalteria. Mesmo com muitas incertezas, e ouvindo frases de desincentivo, ele declara que o sonho falou mais alto.

“Eu não deixei a peteca cair. O maior desafio que eu tive foi a coragem. Antes, eu não tinha coragem. Antigamente, eu deixava as pessoas espezinhar muito em mim, tinha medo de escutar coisas mais pesadas, mas hoje em dia não, Hoje em dia, eu sou uma pessoa mais tranquila, mais leve na minha profissão”, diz..

Nas próximas semanas, Robson conta que colocará a mão na massa para transformar a sala em que realiza seus atendimentos, em um espaço colaborativo, em sua esmalteria. “Vou colocar poltronas de manicure aqui, colocar mais duas mesas para alongamento de unha, eu vou reformar tudo para poder montar. Também irei contratar uma equipe, quem sabe não podem ser dois rapazes também, né?”, pondera.

Robson começou a fazer unhas na adolescência e é apaixonado pela profissão (Foto: Paulo Francis)
Robson começou a fazer unhas na adolescência e é apaixonado pela profissão (Foto: Paulo Francis)

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