Sonho de amamentar foi adiado por 2 meses, após mãe e filha serem internadas
Durante os primeiros meses de vida, a prematura Annanda foi alimentada com leite materno doado ao HRMS
Enquanto o elo da amamentação precisa ser adiada, a doação de leite materno é o principal alimento de bebês internados nos primeiros meses de vida. Adriely Almeida, de 29 anos, precisou esperar dois meses para poder realizar o sonho de amamentar a filha nascida prematuramente, Annanda.
O nascimento da primeira filha de Adriely ocorreu no 7° mês de gestação, quando a bebê possuía apenas 35 centímetros e pouco mais de 1 kg. Pouco após dar à luz a Annanda, mãe e filha precisaram ficar internadas. Adriely descreve os primeiros meses como “difíceis”.
Durante o tempo que esteve internada, a alimentação de Annanda foi realizada através do leite materno, recebido de doadoras pelo HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul). “Eu tinha o sonho de amamentar, principalmente por saber da importância do leite materno para ela”, conta.
Annanda e Adriely viveram momentos de resiliência, a bebê resistiu a uma parada cardiorrespiratória e a mãe superou uma infecção que adquiriu após o parto. Dois meses após o nascimento, ambas as pacientes puderam ir para para casa e realizar o tão sonhado desejo de amamentação.
Fiquei muito feliz, no começo o que eu mais queria era que ela mamasse no peito, eu chorava com medo dela não mamar. Foi um sentimento muito bom, porque eu tinha medo que ela não pegasse o peito. É uma alegria, eu fiquei muito feliz”, descreveu Adriely, sobre o sentimento ao conseguir amamentar a filha pela primeira vez.
Alimento ouro - A nutricionista e responsável técnica do banco de leite do HRMS, Fernanda Menezes Paraguaçu, explica que o leite materno é o alimento mais completo que o bebê pode receber nos primeiros meses de vida. Ainda é relatado que através do leite, a mãe passa todos os anticorpos que ela produziu ao longo da vida.
“Ele tem todos os nutrientes que o bebê precisa, o açúcar, a proteína, a gordura que o bebê precisa para se desenvolver saudável, as vitaminas e minerais, tudo na quantidade que o bebê precisa. O bebê que nasce prematuro, o leite que a mãe produz é diferente do que é produzido quando ele nasce no tempo certo, porque ela produz um leite específico para ele”.
Assim como Annanda, até a manhã desta quarta-feira (31), outros 27 bebês dependiam da doação do leite materno para se alimentarem. Conforme Fernanda, a situação do estoque do hospital é crítica, possuindo pouco mais de 10 frascos que serão utilizados na alimentação dos pacientes.
“Nessas últimas semanas, como fez frio, teve uma redução muito significativa nas doações. Então, estamos com pouca doação e com a UTI Neonatal com muitos bebês e os estoques acabam ficando muito baixos. Então, estamos tendo que priorizar os bebês menores para receber leite e não estamos conseguindo suprir todos os bebês com a doação”, detalha.
Conforme explicado, para atender aos 27 bebês o HR deveria receber 150 litros de leite por mês. Atualmente, o banco de leite materno possui apenas 30 doadoras. Com as o hospital acaba recebendo cerca de 50 litros por mês.
Fernanda ainda explica que cada frasco de leite pode alimentar até 10 bebês. “Para realizar a doação é preciso que a mãe esteja amamentando o próprio bebê e que tenha realizado o pré-natal… tem mães que tem uma produção grande e vai tirar mais de um frasco por semana, mas tem mães que vão tirar um, mas todo volume de leite é importante”, detalha.
Para realizar a doação do leite materno, a lactante não precisa sair de casa, basta ligar no banco de leite, no telefone (67) 3378-2715, para realizar o cadastro. Depois de cadastrada, a mãe receberá a visita de uma técnica do banco de leite que levará o material onde o alimento deve ser armazenado e explicará como o leite deve ser retirado.
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