Sonho de ver mundo melhor fez Jô educar 40 crianças em casa
Há 3 anos, ela faz o que pode para manter o projeto que oferece reforço escolar para as crianças
O reforço escolar é realizado na varanda de Joselina Nuves Chimendes, de 42 anos. Semanalmente, ela abre os portões da casa para receber crianças de famílias que não tem condições de pagar aulas particulares. No espaço, os pequenos contam com o apoio de professores voluntários e da ‘diretora Jô’.
O projeto Instituto Social Esperança Renovada surgiu durante a pandemia no Bairro Vespasiano Martins. Joselina pensou na iniciativa após ver que as filhas precisavam de auxílio em algumas matérias. Além das meninas, outras 40 crianças participam das aulas que são ofertadas três vezes na semana.
A turma é composta por menores de 6 a 13 anos que no local têm acesso a materiais escolares e lanche da tarde preparado pela Jô. O projeto é mantido com doações, mas a maior parte sai direto do bolso da mulher que agora está desempregada.
Mesmo com pouco, a idealizadora conta que faz o que pode para ajudar os pequenos do bairro. “Não tem explicação do porquê eu faço isso, é um olhar diferente de amor ao próximo. No que Deus me ajudou eu posso ajudar outras pessoas. O que eu penso é um mundo melhor para ajudar as crianças, porque só tem esse projeto e a creche ali”, diz.
Com três anos de atividade, o projeto mostra diariamente a mudança que provoca nas famílias. Ela relata que os menores que ficavam na rua agora passam o tempo livre estudado no instituto. “Já melhorou bastante, criança saiu da rua, melhorou comportamento em casa. Tinha criança que vinha aqui, começava a discutir com as crianças, mas melhoraram e muito depois do projeto", fala.
Para receber as turmas, a varanda passou por reformas onde foram instalados ventiladores no teto e uma lousa. Jô comenta que se pudesse faria mais melhorias no ambiente, como pintar as paredes, colocar o forro e o piso.
“Às vezes quero fazer as coisas, mas não tem nem pra mim. O que eu queria aqui é um espaço bonito para acolher as crianças, queria ficar com eles no contraturno, mas como vou receber as crianças no espaço pequeno?!”, questiona.
Além de querer melhorar o espaço onde ocorrem as aulas, ela quer terminar a faculdade de Assistência Social. Faltando um semestre para se formar, a acadêmica trancou o curso porque após perder o emprego não teve condição de renovar a matrícula.
Na perspectiva dela o diploma poderá contribuir para o crescimento do projeto social. “É pra formalizar o projeto, porque não adianta eu ser uma pessoa qualquer. Eu tenho que me formar para atender certo, fazer o que é certo para as crianças. Meu sonho é um mundo melhor para as crianças, por isso, tento fazer um pouquinho. Meu sonho é dar o melhor pra elas e o projeto”, fala.
Quando fala das crianças assistidas pela iniciativa, a idealizadora é só sorriso. Mesmo que as aulas não ocorram todos os dias, a vida de Jô é voltada em tempo integram para o instituto.
Prova disso é que na segunda-feira, ela já estava pensando no que iria preparar para receber os pequenos na quarta-feira. “O lanche eu que preparo, faço bolo, faço pão. Hoje tô querendo fazer pão”, conta.
Doações - Quem quiser contribuir com o instituto, Joselina aceita doações de alimentos que possam servir para o lanche das crianças. Ela também está arrecadando dinheiro para conseguir renovar a matrícula de R$ 1000. O PIX é 91309646104.
Quem quiser conhecer o projeto, o perfil no Instagram é @institutosocialesperancar
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