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Comportamento

Única mulher na Banda Municipal, pianista quer ter outras ao seu lado

Formada em piano clássico, Maria integra banda desde 2016 e espera que no futuro veja outras mulheres no posto

Jéssica Fernandes | 08/03/2023 08:14
Maria Rita Gonçalves é formada em piano clássico e integra Banda Municipal de Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)
Maria Rita Gonçalves é formada em piano clássico e integra Banda Municipal de Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)

De ‘ouvido’, Maria Rita Gonçalves de Oliveira aprendeu ainda criança como tocar flauta-doce e escaleta. Quando os pais perceberam que a menina levava jeito a colocaram para fazer aulas particulares e aos 10 anos Maria já tocava piano.

O talento com instrumentos a levou longe e aos 46 anos Maria é a única mulher que integra a Banda Municipal de Campo Grande. Ao Lado B, a mulher que é formada em piano clássico conta a trajetória, relação com a música e como é ser a única figura feminina no grupo.

Para ingressar na banda, a pianista prestou concurso e em 2016 assumiu a vaga. “O que me levou a participar foi a oportunidade de um concurso público mesmo. Eu já tocava antes, mas não aqui em Campo Grande. Também foi um jeito de conhecer melhor os músicos daqui, o cenário musical”, diz.

Desde 2016, Maria (à direita) integra grupo musical onde é a única mulher. (Foto: Arquivo pessoal)
Desde 2016, Maria (à direita) integra grupo musical onde é a única mulher. (Foto: Arquivo pessoal)

Essa não é a primeira vez que a musicista faz parte de uma banda municipal. Ainda na adolescência, Maria vivenciou experiência semelhante que rendeu mais aprendizados com a música. “Eu aprendi também um pouco de violão e saxofone, numa banda municipal em que tocava quando era adolescente, em Santa Isabel, São Paulo”, comenta.

Ao falar da profissão, a pianista não consegue dizer só uma coisa que gosta e cita várias. “Eu gosto muito das novidades, de tocar e conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes. Mesmo os eventos em que a gente toca,    tem vezes em que tem outro show, exposição cultural, acho bem interessante assistir e participar. Gosto também de ver o trabalho dos outros músicos e o que eles tocam fora da banda. É bom para trocar experiências”, afirma.

Desde 2016, Maria fez incontáveis apresentações e as mais marcantes ficam gravadas na memória independente do tempo que aconteceram. “Gostei muito de uma participação de alguns músicos da banda no Teatro Glauce Rocha quando a gente tocou temas de filmes e desenhos animados enquanto passavam as cenas deles em um telão. Isso foi em 2017, junto com a Orquestra Municipal. Gostei também de um concerto que a gente fez no ano passado, na abertura do encontro da Federação de Bandas e Fanfarras do MS”, recorda.

Na profissão alegria da pianista é trocar experiências com outros músicos. (Foto: Arquivo pessoal)
Na profissão alegria da pianista é trocar experiências com outros músicos. (Foto: Arquivo pessoal)

Como única mulher da banda, muitas vezes os olhares nas apresentações se voltam para Maria. A pianista fala que gostaria de ter mais colegas para não ser a única entre os músicos. “Sinto falta de mais mulheres lá. Não entendo por que não tem. Talvez seja pela tradição dos instrumentos de metal, talvez porque antigamente as mulheres não escolhessem muito esses instrumentos, mas sei que hoje não é mais assim”, ressalta.

No Dia Internacional da Mulher, o desejo da pianista é que essa realidade mude. “As pessoas sempre dizem que eu sou a única mulher de lá... Espero que façam mais concursos para mudar essa realidade”, conclui.

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