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Consumo

Depressão pós-parto fez Marilizi trocar escola pelo artesanato

Professora reduziu a jornada de trabalho para ficar com os filhos e criar acessórios de macramê e madeira

Por Idaicy Solano | 19/10/2024 07:28
Marilizi durante feira de empreendedorismo em Campo Grande (Foto: Arquivo Pessoal)
Marilizi durante feira de empreendedorismo em Campo Grande (Foto: Arquivo Pessoal)

Cores, fios e madeira de ipê são transformados em acessórios que se conectam ao Pantanal pelas mãos da professora e artesã Marilizi Duarte, de 39 anos, que há três meses decidiu investir em sua própria linha de maxi colares, brincos e chapéus feitos utilizando a técnica de macramê.

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Marilizi Duarte, uma professora e artesã de 39 anos, transformou sua experiência de vida em uma linha de acessórios feitos com a técnica de macramê, após enfrentar a depressão pós-parto. Com o desejo de equilibrar sua vida profissional e a maternidade, ela começou a produzir maxi colares, brincos e chapéus, utilizando materiais como corda de algodão e madeira de ipê. Suas coleções, que incluem a 'Cara do Pantanal', são inspiradas na fauna local e refletem sua conexão com a natureza. Marilizi, que aprendeu a técnica durante a pandemia, agora busca transformar seu hobby em uma fonte de renda, enfrentando os desafios de ser mãe e empreendedora ao mesmo tempo.

Marilizi conta que trabalhou durante oito anos como coordenadora pedagógica em uma escola de ensino médio. O trabalho era em tempo integral, e ocupava bastante espaço na vida da professora, até que na gravidez do segundo filho, Marilizi desenvolveu uma depressão pós parto.

Ela relata que durante o processo de tratamento da doença, auxiliado por acompanhamento psicológico e psiquiátrico, ela passou a refletir sobre diversos pontos em sua vida que estavam lhe fazendo se sentir mal, e decidiu tomar iniciativa de fazer algumas mudanças em sua vida.

A primeira delas, foi sair do antigo cargo, e começar a trabalhar lecionando em cargas horárias reduzidas, e assim conseguir dedicar mais tempo aos filhos. Em seguida, colocou em prática um projeto que já estava em sua mente a algum tempo: produzir acessórios em macramê.

A artesã e professora é mãe de duas crianças, uma menina de três anos e um menino de um ano e meio, e relata que atualmente, seu maior desafio é fazer dar certo a maternidade com a vida profissional, sem se esquecer dos ‘anseios financeiros’.

“A depressão pós-parto me fez rever valores e necessidades. Eu queria estar mais em casa, e vi essa necessidade até pelo fato de ser mãe, e conseguir cuidar das coisas, porque a demanda como mãe aumenta muito, questão de roupa, roupa para lavar. Então assim, eu sou multitarefas. Eu cuido da casa, das crianças, trabalho na escola e agora eu tenho esse projeto”, destaca.

Maxi colares feitos com macramê e madeira (Foto: Arquivo Pessoal)
Maxi colares feitos com macramê e madeira (Foto: Arquivo Pessoal)


Coleção 'Cara do Pantanal' tem colares com a pintura do rosto de onça pintada ou de uma sucuri (Foto: Arquivo Pessoal)
Coleção 'Cara do Pantanal' tem colares com a pintura do rosto de onça pintada ou de uma sucuri (Foto: Arquivo Pessoal)

Neta de costureira e filha de crocheteira, Marilizi relata que aprendeu a técnica de macramê em curso durante a pandemia, e logo se apaixonou pela técnica, mas até então, via o artesanato como hobby.

No início, ela fazia algumas decorações e acessórios, e vendia para os amigos, sem pretensão de tornar aquilo um trabalho. A vontade de transformar o artesanato em fonte de renda veio após fazer colares de macramê para presentear as amigas no dia das mães.

A artesã produz três linhas de acessórios. A primeira são os colares feitos de corda 100% de algodão, com pingentes feitos de galhos de ipês, produzidos e tratados por Marilizi. Ela detalha que pega os galhos secos, molda os pingentes, e trata a madeira com óleo de coco e óleo de peroba.

A finalização é feita com cera de abelha, para garantir que a peça fique com aspecto mais natural possível, evidenciando a beleza da madeira. Como a artesã mora em Bonito, e na cidade existe uma grande demanda por acessórios que possam molhar, por causa dos balneários e rios, a outra coleção é feita com fio náutico.

Brincos pequi são inspirados nas sementinhas da fruta (Foto: Arquivo Pessoal)
Brincos pequi são inspirados nas sementinhas da fruta (Foto: Arquivo Pessoal)

A terceira coleção recebeu o nome de ‘Cara do Pantanal’, pois os colares vêm com a pintura do rosto de onça-pintada ou de uma sucuri. A coleção é feita em parceria com a artesã Roselane de Souza, que é responsável por reproduzir as imagens na madeira.

Além do maxi colares, Marilizi também produz uma linha de chapéus de palha adornados com uma faixa de macramê em diversas cores, faixas de cabelo e os brincos pequi, que receberam esse nome porque são inspirados em sementinhas de pequi.

Os acessórios custam a partir de R$ 12, como é o caso dos brincos pequi, até R$ 89, que são os colares de corda de algodão com madeira de ipê. Para conhecer o trabalho de Marilizi, basta acessar o perfil no Instagram @cores_e_fios_bonito.

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