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Consumo

Em bar, Ygor vende peças de brechó que salvam o ‘look’ da galera

No Zé Carioca, ele comercializa nos finais de semana as roupas que custam a partir de R$ 13

Jéssica Fernandes | 23/10/2022 07:20
Na rua, Ygor Matos comercializa as peças que saem a partir de R$ 13. (Foto: Kísie Ainoã)
Na rua, Ygor Matos comercializa as peças que saem a partir de R$ 13. (Foto: Kísie Ainoã)

No final de semana, quando todo mundo vai ao bar do Zé Carioca para encontrar os amigos e se divertir, Ygor Matos, de 37 anos, aproveita para fazer um brechó a céu aberto. É em meio a multidão de jovens, caixas de som e muita cerveja que ele vende as peças garimpadas em São Paulo.

De todas as coisas que você espera encontrar na rua do bar, o varal de roupas e o tapete cheio de sapatos, mantas e acessórios definitivamente foge do padrão. E foi assim, sem querer, que na sexta-feira (21), o Lado B encontrou o dono do Hyppye183.

Embora goste de moda e tenha feito curso de corte e costura, Ygor nunca teve negócio no ramo. A iniciativa de ter o próprio brechó surgiu há três semanas. Ele conta que a inspiração veio da última viagem que fez.

De diversos modelos e tamanhos, as roupas são expostas na rua. (Foto: Kísie Ainoã)
De diversos modelos e tamanhos, as roupas são expostas na rua. (Foto: Kísie Ainoã)

“É a sétima vez que vou para São Paulo e cheguei lá e estava rolando muito esse movimento. Na república e em Santa Cecília todos os brechós estão na rua, no meio do rolê. Nessa última vez falei: ‘Cara, preciso fazer alguma coisa’. Foi daí que surgiu”, explica.

Ainda em São Paulo, ele ‘garimpou’ (comprou) as primeiras roupas. As peças, segundo ele, foram vendidas todas para conhecidos no bar. “Meus amigos falaram: ‘Cadê as roupas que você trouxe de São Paulo?’. Naquele momento eu tinha 40 peças e vendeu tudo na hora aqui. Não foi nada planejado”, afirma.

Se engana quem acha que o brechó em meio ao bar vira bagunça e que Ygor sai no prejuízo. Ele comenta que consegue vender bem e, além disso, o empreendedor fala que o pessoal já aproveita para garantir o look do rolê. “Vende muito e se agora você sair olhando tem um monte de gente aí no rolê com as roupas que compraram hoje”, destaca.

A partir das 17h, o empreendedor organiza as roupas que ficam no cabide ao ar livre. (Foto: Kísie Ainoã)
A partir das 17h, o empreendedor organiza as roupas que ficam no cabide ao ar livre. (Foto: Kísie Ainoã)

Mesmo estando no ambiente do bar, o vendedor diz não enfrentar nenhum tipo de perrengue com aqueles que passaram do ponto no álcool. Nesse aspecto, segundo ele, a bebida não atrapalha as negociações. “O Bar do Zé eu falo que é a nossa Roosevelt, porque as pessoas aqui são bem mais educadas. Não existe cliente chato, pelo contrário, teve gente que veio comprar roupa e fizemos amizade, já sai para tomar banho de rio junto”, relata.

Roupas para todos os estilos - A curadoria das roupas é ele que faz seguindo o critério daquilo que acredita que irá agradar as pessoas. As peças têm preços variados, sendo de R$ 13, R$ 15, R$ 20 a R$ 90. No caso, o item de maior valor é uma calça que Igor produziu.

Casacos, camisas sociais, blusas, blazers, calças jeans, toucas, calças de tecido e mantas estão entre os itens. Entre estampas lisas ou cheia de detalhes, as peças são vendidas via PIX.

Ygor mostra calça que produziu e está disponível no brechó. (Foto: Kísie Ainoã)
Ygor mostra calça que produziu e está disponível no brechó. (Foto: Kísie Ainoã)

Quem chega, conforme Ygor, pode olhar tudo até encontrar algo que goste. “Eu falo sempre que o brechó é assim, você tem que chegar, jogar tudo no chão e olhar tudo. [...] Brechó é isso, tem que revirar e ficar esse ar de bagunçado mesmo”, destaca Ygor.

Para que as pessoas mexam à vontade, ele traz um tapete onde as roupas estão organizadas. Assim, elas não ficam sujas na rua e o pessoal pode olhar com mais calma. No bar, o empreendedor fala que a galera se acostumou com a cena.

“Agora tá bonitinho e o pessoal já entendeu que vai ter brechó. Nos primeiros dias, o pessoal olhava com curiosidade, mas agora entenderam que vai ter brechó sexta e sábado no Zé”, conclui.

No final de semana, Ygor fica no bar a partir das 17h. Quem quiser acompanhar o trabalho, o perfil no Instagram é @hyppye183.

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