Público de sex shop aumenta e vibrador é item mais vendido
O serviço de entrega também aumentou e são os casados os que mais procuram acessórios
Antes usados apenas para discrição e comodidade na hora de presentear, o delivery de um segmento do comércio vem crescendo em época de isolamento social. Os sex shops da Capital agora atendem ao público que antes nem tinha interesse pelos produtos vendidos.
“Os clientes que mais estou atendendo são os que já começam a conversa dizendo que estão enlouquecendo e precisam de algo”. A fala é de Emily Okumoto, proprietária do Sex Shop Poderosas e Atrevidas. Com o aumento do serviço de entrega, ela garante que o item mais vendido é o vibrador.
“Acho que são solteiros que, por causa da quarentena, não podem ter relações sexuais aleatórias. Tenho só um moto entregador, mas quase todo dia saio, eu mesma, para fazer as entregas devido a demanda que cresceu”, relata.
Na loja, alguns produtos já estão em falta e o estoque foi esgotado. Emily também já conseguiu perceber aumento na venda de produtos que antes eram comprados esporadicamente. “Outra coisa que aumentou foram os acessórios de decoração, que eram bem difíceis de sair. Agora vendo muitas pétalas perfumadas para enfeitar a cama, velas aromatizadas e espuma de banho”.
Na Afrodite Sex Shop, a proprietária Josi Edgard Braga também precisou se adaptar para atender à alta demanda do delivery. “Nossa maior venda sempre foi em loja física. Quem pedia para entrega eram os que não podiam buscar, para dar de presente ou pela discrição de não querer ir até a loja mesmo”.
Ela também afirma que a variedade de clientes mudou. Quem antes não comprava, descobriu nos produtos de sex shop “uma maneira de não cair na rotina”. Os principais clientes são, segundo Josi, casais casados.
Outra mudança sentida pelos estabelecimentos foi quanto à faixa etária dos consumidores. “Atendemos muito solteiros, antes o público maior era de casais jovens e hoje são muitos casais com anos de casados”, relata Emily.
O Instagram também se tornou uma ferramenta importante para divulgação não só dos produtos, como de dicas e conteúdos para os clientes. Nos dois sex shops, a plataforma é utilizada para “transmitir ideias de como passar por esse período de forma mais leve e divertida”, segundo Josi.
Os brinquedinhos também vem ganhando espaço em conversas entre mulheres. Em grupos que antes eram voltados só a uma atividade específica, desde que a quarentena começou a pegar mesmo, elas têm falado abertamente sobre sexo, tanto sozinha, quanto com o parceiro.
Uma publicitária que não será identificada pegou o "bonde andando" no grupo de Whats que participa e, tratou de engrossar o coro sobre o quanto os vibradores podem ajudar. "Eu não sabia nada sobre brinquedos, só tinha curiosidade. Aí conheci os modelos disponíveis e, no fim, escolhi um com textura agradável e sete tipos de vibração diferentes. O que me chamou muito a atenção", conta.
Para quem é "novato" na área, ela aconselha saber primeiro o que se espera de um brinquedo e comprar o que atenda às expectativas. "Só tem benefícios, é bom para conhecer nosso corpo, saber o que prefere e como prefere. Vejo também como uma maneira de auto cuidado, pois é um momento que tenho comigo, de me descobrir e desestressar", resume.
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