Sem coragem de ir ao cinema, quanto custa ter projetor em casa?
Projetores são saída para quem ainda não arrisca uma ida ao cinema em plena pandemia, mas quer aquele clima diferente em casa
Na pandemia da covid-19, ir ao cinema em algum shopping pode virar um misto de paranoia e irritação. Afinal, não é todo mundo que se sente seguro em ambiente fechado – mesmo que os estabelecimentos estejam autorizados para funcionamento e seguindo os protocolos de biossegurança. Mas para manter o clima de cinema em casa, há quem aposte na compra de projetores, já que uma super televisão ainda é um investimento alto.
Vendedor há quase 5 anos no Camelódromo de Campo Grande, Ronaldo Araújo, 23 anos, entende bem quando o cliente chega na vontade de curtir um filminho em casa, ter um equipamento portátil para levar aonde quiser e ainda contar com a facilidade de uso plugando o próprio celular.
"Dos projetores, o modelo mini é o que o pessoal mais pede. Por mais que não tenha alta qualidade de imagem, no breu do quarto ou da sala já dá pra curtir legal. É pequeno e portátil, fica fácil mudar de lugar, então para uso doméstico funciona", diz.
Sobre os preços, no Camelódromo tem projetor mini entre R$ 450,00 e R$ 550,00 (à vista tem desconto de R$ 50) que vem com cabo para conectar o celular, tablet ou computador.
Só lembrando que a projeção não tem áudio, por isso é necessário investir em saída de som. Há opções de caixas som com tecnologia bluetooth a partir de R$ 100,00 ou então mais "robustas" (com qualidade nos graves e agudos) no esquema do home theater por R$ 380,00. Na soma final, o valor ainda sim fica mais em conta do que comprar uma televisão novinha – menos de R$ 1 mil.
"Caso o cliente não amplie demais a imagem, ou seja, colocar em larga escala, a qualidade vai estar garantida. A resolução máxima (tamanho da tela) que ele pode atingir é o mesmo de uma televisão de 100 polegadas, porém sem a mesma quantidade alta de lúmens (fluxo luminoso) que uma tecnologia de LED costuma ter", esclarece Ronaldo.
Em outras palavras, quanto mais lúmens a lâmpada do projetor tiver, maior a sua luminosidade, mais forte será sua iluminação e mais caro o aparelho será. Mas vale lembrar isto não significa necessariamente o melhor para todos os casos. Em casa, por exemplo, o recomendável é prestar atenção na resolução da projeção (HD, Full HD ou 4K) e na taxa de contraste (pelo menos 500:1) – desde que o filme seja assistido tal qual no escurinho de um cinema.
Isildinha dos Santos Moral, 60 anos, tem em casa um outro tipo de projetor a um palmo do bolso: o próprio celular. Claro que é necessário desembolsar preços mais cheios (R$ 3,2 mil só o celular mais o montante de R$ 1,5 mil para o acessório de suporte e bateria).
Para ela, porém, a aquisição super valeu a pena. "Já tenho o meu há 3 anos. Como sou professora da rede pública estadual, comprei justamente para dar aula, pela facilidade de ter um projetor à distância do meu bolso. A resolução varia de 50 a 70 polegadas dependendo do posicionamento – e que eu já tenho até um cálculo de cabeça. Gosto dessas coisas de tecnologia porque ajudam muito", afirma.
Na pandemia, com a paralisação das aulas presenciais, o jeito foi migrar de uma ferramenta de trabalho para a de lazer. "Já assisti filmes até projetados na parede de grafiato e deu certo. Ficamos aqui em casa curtindo uma sessão de cineminha com direito à churrasquinho em família. Foi muito dez", relembra.
"Não tenho televisão no meu quarto porque tenho o sono ruim, então ter um aparelho assim pode atrapalhar. Quando eu quero assistir alguma coisa, um filme ou videoclipe, 'jogo' na parede pelo projetor do celular com o uso do acessório que comprei. Na pandemia, realmente tenho usado mais sozinha – o que tem sido ótimo", admite.
Projeção de alto nível – Agora, se você realmente quiser ter o maior esquema do cinema em casa, com qualidade superior, ambiente climatizado, poltrona com conforto "dos deuses" e som que "vibra" o corpo, saiba que daí já é necessário desembolsar um pouquinho a mais. E "por pouquinho" entende-se muito.
"Se o cliente realmente deseja um verdadeiro cinema em casa, é necessário pensar em todos os detalhes: a sala tem que ter espaço de sobra para a montagem, a iluminação interna controlada, a acústica boa e um sistema de climatização bacana. Até um tipo de piso inadequado pode atrapalhar a experiência", explica Paulo Mitiko, engenheiro de formação que desde 1996 trabalha com locação, instalação e manutenção de projetores audiovisuais na Mitiko Projeções.
O valor disso tudo pode passar facilmente dos R$ 10 mil porque só o projetor varia entre R$ 3-4 mil. As marcas que ele recomenda são Benq, Casio, Dell, Epson e Sony, cada uma delas com uma tecnologia diferente. "Tem LED, LED-laser, micro espelhamento (DLP), cristal líquido (LCD) ou então só laser, esta última que vem sendo a principal no mercado pela qualidade e durabilidade da lâmpada. Tudo isso também depende da luminosidade, isto é, dos lúmens. Em casa, para uso doméstico, o melhor é se atentar à resolução e contraste da imagem", aconselha.
Paulo exemplifica que em uma sala de 12 metros quadrados, por exemplo, a projeção pode ir até 100 polegadas, o que significa que o equipamento deve ficar entre 2 a 3 metros de distância da tela. O pé direito influencia nisso também, assim como a tecnologia empregada, marca e modelo.
Na pandemia, teve até quem contratou a empresa para a instalação de um cinema em casa, porém, com a alta do dólar na fronteira, o que ele observou foi a alta demanda para o consumo de televisores. "A TV hoje em dia já é um kit completo: imagem de qualidade, som relativamente bom e instalação simplificada. Modelos a partir de 55 polegadas podem até substituir os projetores, mas são muito mais caras. Tudo é uma questão de preferência – e do que o bolso permite", finaliza.
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