Cordão Valu debutou com vestido vermelho, homenagens e frevo

Após um longo período quietinho por conta da pandemia, ontem (11), finalmente o Cordão Valu colocou para fora a saudade que estava do Carnaval e celebrou com amigos de longa data seus 15 anos de existência. Com sua fundadora de vestido longo vermelho, o tradicional bloco de rua da cidade “debutou” com homenagens, marchinhas, lançamento de frevo e desejo incessante do retorno das festividades.

A comemoração no Horto Florestal não lotou como tradicionalmente ocorre no Carnaval de rua, mas foi suficiente para deixar os carnavalescos fiéis emocionados.

Depois de um ano difícil na linha de frente na área da saúde, Adriana Almeida, de 55 anos, não conseguiu conter a emoção. “Eu sou apaixonada pelo Carnaval e estava com muita saudade de viver esse momento. É um alívio para o coração”.

O público curtiu samba, ritmos baianos e até samba-rock. E ainda houve o lançamento da gravação do “Frevo do Cordão Valu”, com arranjos do maestro da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, Gilberto Cabral. A canção já está nas principais plataformas digitais de música.

Durante o evento, o Cordão Valu recebeu e fez homenagens. O bloco recebeu a visita do presidente da Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande (Lienca), Alan Catharinelli, que trouxe com ele, a Corte do Carnaval de 2022: o rei Momo Gustavo Alves, a rainha Cris Almeida, e a princesa Luca de Matos. Após cumprimentar Silvana Valu, líder do Cordão, pelo aniversário do bloco, Catharinelli disse que a sua entidade e o Cordão estão “unidos para fazermos o melhor carnaval”.

Silvana, por meio da Escola de Samba Igrejinha, uma das atrações da festa, homenageou todas as escolas de samba da Capital. “O Carnaval de Campo Grande são os blocos e as escolas de samba, o segundo melhor Carnaval do Centro-Oeste”, declarou.

A outra homenagem anunciada pela fundadora do Cordão foi para a imprensa, que será tema do Valu no Carnaval do ano que vem, “Liberdade de Imprensa”.

Os shows – A festa de aniversário foi aberta ao som da gravação do “Frevo do Cordão Valu”, apresentada pelo DJ Aruan Barcelos. Na sequência da programação musical do evento, vieram o cantor Edir Valu e as cantoras Marta Cel e NegaBi, acompanhados pela Banda do Cordão Valu, sob a liderança de Bibi de Carvalho.

Nas vozes desses artistas, desfilaram clássicos do samba, de grandes compositores brasileiros, imortalizados por Beth Carvalho, Clara Nunes, Elis Regina, e Matinho da Vila, entre outros. O público cantou junto antigos sucessos, como Tristeza; Canto das Três Raças; Não Deixa o Samba Acabar; Canta, Canta, Minha Gente...; e O Bêbado e o Equilibrista. E não faltou a canção Vou Colocar o Meu Bloco na Rua, de Sergio Sampaio, uma das mais preferidas dos seguidores do Cordão.

Coube à Escola de Samba Igrejinha encerrar a noite festiva. Sua bateria fez tremer o chão do Teatro de Arena do Horto.

Ao encerrar a comemoração, Silvana afirmou que o Cordão Valu é resistência. “Concordamos com o fato de não haver Carnaval de rua em 2022 por conta da pandemia e respeitamos a ciência. No entanto, rejeitamos essa onda conservadora que está aí, contrária ao Carnaval, tentando transformá-lo em um vilão. Carnaval é do povo, é da gente”, desabafou.