Cordão Valu faz homenagem com as "Viúvas do Arnaldo"
Encerrando a folia, o Cordão Valu, tradicional em Campo Grande, faz uma homenagem, nesta terça-feira (4), ao ex-presidente da Fundação de Cultura de Ponta Porã, Arnaldo Romero, que morreu, em um acidente de carro, em junho do ano passado.
A saudade do homem que, segundo os amigos, foi atuante e sempre defendeu e difundiu a cultura em Mato Grosso do Sul pode ser vista, hoje, nas fantasias de alguns foliões, homens e mulheres, que foram de pretos, no bloco Viúvas do Arnaldo, criado apenas para a homenagem.
Um das organizadoras, a jornalista Ana Claudia Salomão, de 49 anos, disse que a homenagem foi combinada pela internet. Pelo menos 200 pessoas foram convidadas e cerca de 100 confirmaram presença.
“O Arnaldo, além de ser um grande amigo, era uma pessoa que divulgada a arte a cultura. Era um incentivador, participativo, intelectual e doutor”, comentou.
Da boca dos amigos, que ficaram “viúvos”, só se ouve elogios. Professora, Maria Rosana, 48 anos, foi visinha do ex-presidente. “Eu o conheci quando cheguei em Campo Grande, em 1982”.
No primeiro carnaval sem Arnaldo, disse, a homenagem é merecida. “Era uma pessoa encantadora, extremamente culta. Era muito requintado”, comentou.
Advogado, Afonso Blen, de 51 anos, também foi homenageá-lo. Fez isso usando a camiseta do último evento promovido pelo ex-secretário, o Festival Sul-Americano de Folclore, realizado em Ponta Porã, em maio do ano passado. “Ele prestigiou todos os bairros”, lembrou. Arnaldo, para ele, “era um irmão, intelectual e grande divulgador da cultura”.
Além das Viúvas, vestidas de preto, o Cordão Valu reuniu, como sempre, foliões mais coloridos, que saíram para se divertir e abusaram da caracterização. O fotógrafo Roberto Higa é um dos exemplos. Foi de Gueixa, maquiado e tudo.
É a segunda vez que ele vai para a Rua General Melo juntar-se aos foliões. “Eu saia no Depravadas, bloco de jornalistas, que começou com o Filhos da Pauta, mas acabou”, disse. Acabou, mas o gosto pela festa permaneceu. “É uma coisa que está no sangue. Eu fotografo carnaval em Campo Grande desde 1970”, afirmou.
Fundadora do bloco, Silvana Valu comentou que, a cada ano, o cordão aumenta. “É espontâneo, lúdico e as pessoas vem pelo clima de paz”.