Crianças se transformam em artistas e Jardim Noroeste vira palco

Com brilho nos olhos, crianças e adolescentes no Jardim Noroeste vêm se transformando em artistas e, neste sábado (13), fizeram da praça do bairro o seu palco. Participantes de projetos da Associação Amigos de Maria, cada um se expressou de um jeito com ações que foram desde exposição de poesias até teatro.

“Uma borboleta me borboletou. Contei essa poesia que fiz e gosto de poesia porque ela fala de sentimentos que a gente tem”. Aos 9 anos, Fernanda Assis esperou ansiosa pelo dia em que iria se apresentar no bairro em que vive e, quando o momento chegou, ela conta que só tremeu “um pouquinho”.

Encantada pelas palavras e orgulhosa de dizer que construiu a própria arte, a menina é uma das integrantes da oficina de poesias desenvolvida pela associação. Assim como os outros colegas, ela escolheu como poderia se apresentar no evento Viajantes da Leitura.

Assim como Fernanda, Kemylly Hiana, de 13 anos, também levou suas poesias para a exposição. “Fiz duas poesias na oficina, elas estão aqui. Acho que outras crianças também gostam de fazer isso, eu aprendi a gostar”.

Já Hany Mikaelly, de 10 anos, participa das oficinas de teatro e diz que se diverte no tempo em que passa como artista. “Não sei se vou seguir isso na minha profissão, mas é divertido sim. Fico com vergonha às vezes, mas todo mundo fica feliz”.

Presidente da Amigos de Maria, Caroline Mendes explica que a apresentação das crianças é o resultado de várias atividades desenvolvidas em contraturno escolar. “Nós desenvolvemos várias ações como a biblioteca viva, oficina de poesias, teatro, enfim, tudo isso pensando em como poderíamos melhorar o contato das crianças com a leitura, com a arte”.

Detalhando mais sobre as atividades, a coordenadora de projetos, Ana Paula Araújo, narra que sabendo da necessidade de aumentar o contato com os livros, as ações surgiram. “Sabemos que o índice de leitura do brasileiro é baixo, ainda mais em regiões fragilizadas como aqui no Noroeste. Então ficamos pensando em como fazer com que as crianças se aproximassem dos livros”, diz.

Assim nasceram as oficinas em que os participantes da associação não apenas trabalham com a leitura, mas se transformam em escritores. “Ver essas crianças escrevendo, tomando iniciativa, ainda mais vindo de famílias que não foram alfabetizadas, é um orgulho”, completa Ana.

Além das apresentações das crianças, o evento do bairro teve contação de histórias com a Curumins Teatral, Conceição Leite e Maria Rita Gonçalves. A tarde ainda foi animada com shows da Banda Butu’que, Beget de Lucena, Karina Marques e Geraldo Espíndola.

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