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Diversão

De glitter a 'abaicaxota', mais uma vez bebidas malucas bombaram

Galera parece não se importar com os ingredientes e aposta em tudo para beber até na folia

Jéssica Fernandes | 22/02/2023 06:50
Bebida com glitter leva sete ingredientes e é chamada de 'Psicose'. (Foto: Marcos Maluf)
Bebida com glitter leva sete ingredientes e é chamada de 'Psicose'. (Foto: Marcos Maluf)

Para quem não abre mão de beber no Carnaval, opções de drinks e bebidas não faltam no bloquinho. Como o brasileiro é criativo e já nasceu com o dom do marketing, andar pela Esplanada Ferroviária é se deparar com bebidas que levam glitter a outras com halls batizadas de ‘abaicaxota’.

Quem não frequentou as famosas festas de atléticas nas universidades pode ficar surpreso com as misturas de procedência ‘duvidosa’. Para quem é ou já foi do meio e bebeu tudo quanto é tipo de batida de vodka com o famoso suco tang nada parece ser inusitado ou suficiente.

No Carnaval tem que esperar o ano inteiro só para beber aquele drink que fazia sucesso em festas da cidade, mas hoje só se faz presente nos cinco dias de folia. É o caso da ‘psicose’ que leva sete ingredientes secretos. Desse número, Keila só revela que dois itens são a vodka e o glitter.

Keila finaliza bebida com um pouco de glitter. (Foto: Marcos Maluf)
Keila finaliza bebida com um pouco de glitter. (Foto: Marcos Maluf)

Keila Cristiane, de 41 anos, é criadora da mistura desenvolvida há sete anos. Ela comenta que criou a ‘psicose’ para um evento open bar e, em razão do sucesso, segue vendendo nos bloquinhos.

“Eu tinha uma festa e a gente queria fazer um open dela, queríamos uma bebida diferente para o halloween. Chamamos o barman e criamos a bebida juntos e chegamos num consenso e desde 2016 é um sucesso graças a Deus. Paramos de fazer a festa, mas a psicose ficou pro Carnaval”, diz.

Na barraca em que comanda com a filha e outros parceiros, ela vê uma fila de pessoas, sendo a maioria jovens, pedir a bebida que embalava as noites da Flexx.

Desde 2016 Keila vende a bebida e no Carnaval tem apoio da filha e amigo. (Foto: Marcos Maluf)
Desde 2016 Keila vende a bebida e no Carnaval tem apoio da filha e amigo. (Foto: Marcos Maluf)

Quem não abre mão do copão de psicose é Maria Eduarda Mendes Pereira, de 19 anos. Junto com outros dois amigos, ela pediu a mistura que diz achar saborosa. “Eu acho incrível, ela não tem gosto de álcool, então isso me faz querer tomar mais e tem glitter. Todo Carnaval é só isso que eu bebo”, afirma.

Outra mistura diferente é a criada por um grupo de amigos no Carnaval 2020. A turma fez a bebida para tomar enquanto curtia a folia, mas naquele ano acabou ganhando dinheiro vendendo copos dela. O ‘Abaicaxota’ leva vodka, halls preto, água, suco e o refrigerante “mais barato” do mercado.

Neste ano, Lucas Ruiz Ribeiro, de 20 anos, e Gabriel Bezerra Komiyama, de 21 anos, levaram novamente a bebida que é vendida em três copos de 450ml por R$ 10. Lucas conta como surgiu a iniciativa de comercializar o galão.

Lucas e Gabriel levaram galão de 'abaicaxota' para vender na rua. (Foto: Jéssica Fernandes)
Lucas e Gabriel levaram galão de 'abaicaxota' para vender na rua. (Foto: Jéssica Fernandes)

“Em 2020 a gente fez o primeiro galão só pra gente e acabou vendendo. No final da noite, no último dia de Carnaval, cada um levou R$ 90 pra casa. A gente bebeu de graça o Carnaval inteiro e ainda tiramos um dinheiro. A intenção era só trazer um galão para beber tranquilo”, fala.

Gabriel relata que o sabor e o nome fizeram sucesso, por isso, foi possível recuperar o investimento feito na compra dos ingredientes. Apesar do lucro, ele garante que a venda é uma consequência, pois o objetivo maior é aproveitar o Carnaval com os amigos.

“O lucro foi suficiente para recuperar o dinheiro que a gente tinha gastado e fazer mais cinco galões. Tão gostando, a gente acertou o sabor e junto com o nome combinou bastante. A gente veio pra curtir, vender é mais uma consequência”, frisa.

Copo de 'abaicaxota' leva halls, suco e refrigerante. (Foto: Jéssica Fernandes)
Copo de 'abaicaxota' leva halls, suco e refrigerante. (Foto: Jéssica Fernandes)

Seguindo a linha de nomes curiosos está o ‘xeque-mate’, vendido na barraca da Maristela Carmes Cristaldo, de 28 anos. O copo de 500ml sai a R$ 15. A mistura, segundo ela, não é criação própria e veio de Minas Gerais. Após experimentar o ‘xeque-mate’ num show, Maristela gostou tanto que vendeu no último Carnaval e neste ano também.

“O xeque-mate é um drink de carta ouro de montilla, chá mate, limão e guaraná. A gente já foi em alguns festivais que serviam esse drink e a gente se apaixonou, é de chá, é mais suave”, explica.

Outro que apostou nas bebidas linha atlética é Nilo Francisco Muller Neto, de 21 anos. Na barraca com a namorada e amigo, o jovem está vendendo batidas de maracujá e morango. No final de semana, a bebida da vez era com yakult.

Na Esplanada, amigos vendem bebida mineira 'xeque-mate'. (Foto: Jéssica Fernandes)
Na Esplanada, amigos vendem bebida mineira 'xeque-mate'. (Foto: Jéssica Fernandes)

“No primeiro dia conseguimos vender um monte, principalmente de yakult, as mesmas dez pessoas tomaram 20 litros num dia”, conta. Nesta semana, ele preferiu mudar os ingredientes para conquistar outro público. Na barraca, o copão de 500ml custa R$ 10.

“A gente trocou por maracujá que ficou bem refrescante e morango que ficou bem doce, então tá saindo bem”, afirma. Questionado se o pessoal acha estranho a bebida, ele responde que muita gente desconhece.

“A maior parte que tá aqui não faz ideia do que é atlética, então sai mais pra universitário. Quem não é, não tem ideia, então até explicar a pessoa fica: ‘Cara, eu vou morrer tomando”, comenta.

Bebida a base de vodka leva suco de morango e maracujá. (Foto: Jéssica Fernandes)
Bebida a base de vodka leva suco de morango e maracujá. (Foto: Jéssica Fernandes)

Não foram somente as barracas que apostaram em bebidas diferentes para conquistar a galera, na Rua Doutor Temístocles, o Ponto Bar inovou o menu de drinks especialmente para o Carnaval.

No cardápio, o destaque é a caipirinha com tereré e o amarula expresso que leva café na composição. O bartender chefe dos drinks Gustavo Santos de Souza fala sobre a ideia de colocar um ingrediente regional na caipirinha e os desafios para deixar no ponto certo.

“A caipirinha de tereré foi criada para relembrar nosso costume regional que é tomar um tereré com os amigos, assim como fazemos com água podemos acrescentar cachaça ou vodka e curtir a festa. Além disso, é uma homenagem às nossas tradições. Meu maior desafio era infusionar a bebida de uma forma que mostrasse a erva-mate e não passasse tanto o gosto de limão para que fosse mais marcante a erva. Além disso, vai haver uma hortelã para relembrar ainda mais o nosso tereré”, destaca.

Bar apostou em caipirinha com tereré e hortelã para conquistar folião. (Foto: Rodrigo Brandão Eliziario)
Bar apostou em caipirinha com tereré e hortelã para conquistar folião. (Foto: Rodrigo Brandão Eliziario)

Preparada com uma erva do Mercadão Municipal, a bebida, segundo o bartender, tem as seguintes características: “Usamos limão e hortelã para reforçar o gostinho de tereré, ele é um drink doce, ácido, refrescante e o álcool relembra a caipirinha. Todo mundo está adorando, fala que é muito refrescante e acha interessante o gostinho do tereré”, afirma.

Fã de café, outra criação é o amarula expresso. “É quase um milk-shake de café, sentíamos muita falta de um drink leitoso e ele entrou com essa pegada de ser forte e com o gosto de cafezinho”, conta. Ambas as bebidas custam, respectivamente, R$ 16 e R$ 38.

Amarula expresso leva café e custa R$ 38. (Foto: Rodrigo Brandão Eliziario)
Amarula expresso leva café e custa R$ 38. (Foto: Rodrigo Brandão Eliziario)

Na terça-feira (21), último dia do Carnaval em Campo Grande, a Cruz Vermelha atendeu seis ocorrências envolvendo embriaguez. Quatro das ocorrências envolviam menores de idade e a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul foi acionada.

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