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Diversão

De trem, Lado B inicia aventura pela América e cerveja é uma das boas surpresas

Lucas Arruda | 02/05/2015 07:23
Expresso Oriente parte de Puerto Quijarro.
Expresso Oriente parte de Puerto Quijarro.

Após passar duas semanas incríveis no Rio de Janeiro, e de fazer amigos que moram em diferentes países, voltei para Campo Grande decidido a seguir viagem e organizar os preparativos finais para conhecer a América do Sul.

Na mala, Cartão de Vacina Internacional e cartão de banco internacional. Apesar de brasileiro poder viajar pelos países mais próximos sem passaporte, resolvi tirar o meu, porque também quero chegar à América Central. Outra providência foi um plano de saúde. Nunca se sabe né?!

O primeiro lugar que resolvi visitar em nosso continente foi a vizinha Bolívia, tão desprezada pelo sul-mato-grossense, apesar da proximidade. Peguei um ônibus de Campo Grande até Corumbá, onde fiquei por um dia na casa de um amigo. Quero provar que na base da camaradagem vou ir longe nesta empreitada.

A ideia era pegar o famoso “Trem da Morte”, que na verdade se chama Expresso Oriente. Fui a Puerto Quijarro, já do outro lado da fronteira, e ao chegar na estação só havia o Ferrobus, que é mais caro por conta do conforto melhor. São R$ 100,00 (ou 230 bolivianos), contra R$ 30,00 do trem mais barato.

Pensava, como havia lido na internet e algumas pessoas haviam dito, que haveria bolivianos vendendo comida, roupas e outras coisas no trem. Mas ao partir veio a surpresa. O Ferrobus é muito confortável, espaçoso e, além de mim, só mais dois outros passageiros estavam a bordo.

Foi uma viagem de 13 horas até Santa Cruz, infelizmente, só pela noite.

Saí de Porto Quijarro às 18 horas e cheguei em Santa Cruz às 7. Não deu para tirar fotos pelo caminho, como eu queria, mas foi tudo bem tranquilo.

Piscina matou o calor em Puerto Quijarro
Piscina matou o calor em Puerto Quijarro
Churrasco no hostel.
Churrasco no hostel.

Da rodoviária em Santa Cruz, sim o trem para na rodoviária ou terminal de bus como é dito aqui, fui ao Jodanga hostel.

Cheguei cedo, por volta das 8 horas e o check-in era somente a partir das 13 horas. Uma coisa boa de hostels é que eles sempre têm uma área de convivência e você pode esperar dormindo num sofá, jogando uma sinuca, conversando com os hóspedes ou, simplesmente, deixar suas bagagens e sair para conhecer a cidade.

Com diária a R$ 40,00, num quarto com oito camas, o preço não foi o melhor, mas isso só descobri depois. Conheci um francês que pagou Bs 150 por três noites, o que significa R$ 65,00. Bons sites para conseguir promoções são o www.hostelsword.com ou www.booking.com.

Achei o hostel barato pela qualidade. Havia livros em diversas línguas que os hóspedes podiam ler e trocar por outros também, uma sala de filmes, computador, wifi, piscina, sinuca, pebolim e outras regalias.

Não considerei Santa Cruz uma cidade muito boa para se visitar, mas fiquei apenas dois dias por lá e a maior parte do tempo no hostel, estava muito calor e a piscina ajudava bastante.

O trânsito em Santa Cruz é caótico, os motoristas não respeitam as leis, atravessam no sinal vermelho, alguns carros não tem retrovisor, ônibus e taxis param em qualquer lugar para pegar ou deixar passageiros. Buzina também é algo muito usado por aqui. Portanto, se cruzar a fronteira rumo a Bolívia, tome cuidado ao andar na rua.

Mas a cidade tem seus encantos. Parques urbanos e praças na região central são muito comuns e tem muito verde também.

Diferente do que eu pensei, a Bolívia não é tão barata assim, pelo menos em Santa Cruz, já Porto Quijarro é muito barata.

A cerveja long neck, custa de Bs 15,00 a Bs 25,00, ou R$ 6,50 e R$ 8,70. Uma garrafa de meio litro não sai por menos de Bs 25 ou R$ 10,80, isso da cerveja mais barata. Mas apesar de mais caras, todas são mais saborosas e encorpadas que as brasileiras.

Para economizar, eu cozinhava no hostel, o preço da comida no mercado é bem parecido. Como brasileiro, meu principal prato quase sempre é o macarrão, as vezes instantâneo, que é de rápido preparo. Mas para quem quiser comer fora e barato, há casas na região central que vendem uma boa comida caseira.

Um ponto forte do Jodanga hostel é que ele fica na centro da cidade, perto do aeroporto, rodoviária, e também de museus e centros culturais.

Além disso, outra qualidade de se ficar em hostel é que os funcionários sempre dão dicas do que fazer na cidade, restaurantes baratos, caso não haja cozinha, e também dicas para a noite. Claro, a grande vantagem são as amizades feitas.

Agora é seguir rumo ao Salar de Uyuni com um casal de amigos suíços e depois escrever o que vi aqui no Lado B.

*Lucas Arruda é jornalista e resolveu sair por ai com pouco dinheiro e muita vontade de chegar à América Central.

Feira, como tudo na Bolívia, super colorida.
Feira, como tudo na Bolívia, super colorida.
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