De vaquinha a clareamento dentário, candidatas fazem muito para virar Miss MS
Será escolhida neste sábado (31), em desfile aberto ao público, no Shopping Campo Grande, a Miss MS 2014, a representante de Mato Grosso do Sul no concurso mais tradicional da beleza do País, o Miss Brasil. O título, para muitas garotas é um sonho, mas poucas conseguem chegar perto da coroa. Colocá-la na cabeça, então, é ainda mais difícil, mas, mesmo assim, não faltam candidatadas dispostas.
O Lado B conversou com algumas delas, todas muito bem articuladas e que com simplicidade contam como deram esse primeiro passo. Humildade, aliás, é o que a estudante de direito, Luana Queiroz Batista, de 19 anos, considera ser o seu maior diferencial.
A jovem, que nasceu em Goiás, mas foi criada em Chapadão do Sul, vai representar a cidade onde cresceu. Sem dinheiro para participar da seletiva e arcar com todos os custos, ela saiu no comércio local pedindo apoio de porta em porta.
“Pedi dinheiro mesmo, a quantia que eles pudessem contribuir e muitos colaboraram. Vi na cara deles a felicidade e o orgulho. Me desejaram boa sorte e falaram que vão fazer de tudo para me assistir”, diz. Se ganhar, garante, quer agradecer um por um. “Tenho uma lista com os nomes”, revela.
De gastos com inscrição, cuidados com o corpo e roupas, foram cerca de R$ 6 mil. “Contratei um produtora de moda, fiz bronzeamento artificial porque meu corpo estava com cores desiguais e entrei para academia”.
A estudante sempre teve vontade de participar do concurso. Tentou no ano passado, mas não conseguiu. Agora, com a possibilidade real de ser uma miss, está ansiosa, mas confiante. “Beleza não conta muito. Já foi a época. Hoje vai muito da humildade, carisma e essência”, espera.
Administradora, a candidata de Ponta Porã, Liz Encizo, de 22 anos, também acredita que “rostinho bonito” não é tudo e, para ela, coroa é só um brilho a mais: “Espero representar bem minha cidade e mostrar para as outras pessoas que nossa beleza é rara e que a essência da mulher sul-mato-grossense é ser e não ter”, filosofa.
Filha da fronteira, descendente de paraguaios, Liz fala o Guarani perfeitamente e considera isso uma vantagem, mas não está confiando só na outra língua. “Tenho apoio de uma nutricionista, fiz banho de lua, drenagem e agora estou fazendo clareamento dentário”.
Acadêmica de jornalismo, a representante de Campo Grande, Juliana Grisoste, de 18 anos, é outra que tem se preocupado com a aparência. Há 1 ano e meio, ela estava com o cabelo curto, mas, pensando na disputa, deixou as madeixas crescerem.
Aproveitou para mudar a alimentação - parou de comer doces e “bobeiras” - e investiu mais na malhação localizada (perna e glúteos). Modelo há 4 anos, Juliana conseguiu patrocínios com mais facilidade. Não paga academia e tem parcerias com lojas de roupas, calçados, acessórios e salão de beleza.
Com a faixa de Aquidauana, a acadêmica de Artes Visuais, Jéssica Rodrigues, de 22 anos, conta que também deixou o cabelo crescer. Umas das laterais estava raspada. O corte era undercut, mas agora, com os fios mais longos, nem dá para perceber.
A estudante, que faz balé e teatro, está confiante. Acredita que tem um rosto marcante e isso pode, de alguma forma ajudar. “As pessoas falam isso”, comenta.
Candidata de Corumbá, a auxiliar de escritório Monique Maria da Silva, de 23 anos, é sempre elogiada pelo cabelo loiro, armado e com cachos bem definidos, mas acabou ficando conhecida mesmo pelas duas estrelas tatuadas no ombro, uma em cada lado.
Ela até cogitou esconder os desenhos com maquiagem, mas agora quer mais é exibir na passarela. “Virou uma marca”, justifica. Carioca, radicada em Mato Grosso do Sul, ela é uma das poucas que não tem experiência como modelo, mas sempre teve vontade de participar do concurso e foi bastante incentivada.
Teve receio por ser a mais velha da turma, já que a maioria tem entre 18 e 20 anos, mas entrou disposta a tentar. “Não imagino que vou ganhar, mas quero representar bem a cidade e fazer meu melhor”, afirma.
Hoje, Monique trabalha com advogados, mas, dentre as outras funções, já foi até caixa de posto de combustíveis. Dona de casa, como faz questão de ressaltar, ela conta que só tem o ensino médio completo e que ainda vai fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para entrar em uma universidade. Enquanto muitas vivem de aparência, ela prefere ser sincera. “Nunca fui menina mimada. Sempre corri atrás do que queria”, afirma.
Evento – O Miss MS será realizado neste sábado (31), a partir das 18h, no Shopping Campo Grande. A organização vai utilizar a mesma estrutura do 2º Campo Grande Fashion, evento de moda que termina no dia primeiro.
Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado do Brasil que insere o evento em uma semana de moda, o que o torna mais atual, mas há outras mudanças, principalmente na concepção, adiantou o coreógrafo e preparador Rico Bezerra, de 29 anos.
Na edição de 2012, quando o concurso foi aberto, as candidatas desfilaram no teatro. “Era para um público específico”, lembra. Desta vez, elas vão estar em um shopping, o que torna a visibilidade maior. Serão duas entradas, de traje de gala e com maiô.
O tradicional “tchauzinho” foi eliminado porque está “ultrapassado”. O evento, de forma geral, está mais comercial. Serão passadas mais rápidas, individuais e coreografadas em grupos, ao som de músicas pop. O ator, apresentador, modelo e empresário paulista Luciano Szafir será o Mestre de Cerimônia.
No total, 15 candidatas disputam o título, mas a Miss de Jardim, Amanda Brognoli, não deve estar presente porque, segundo Rico, um parente dela faleceu.
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