Empresas pagam a conta e crianças têm tarde de diversão em salão bacana
Nada paga o sorriso de uma criança. A máxima, para alguns adultos, ganhou ainda mais força nesta terça-feira (10). Eles viram, de perto, 79 delas sorrirem graças à solidariedade. A alegria tinha um motivo, bem simples, aliás. Todas tiraram a tarde para brincar em um salão conhecido, daqueles coloridos, cheio de coisas bacanas. A ação foi paga por duas empresas, do mesmo grupo, que preferiram ficar no anonimato.
“Em nunca vim aqui”, disse um menino, assim que desceu do ônibus. “É muito legal”, completou, cada vez mais entusiasmado. Logo que o acesso foi liberado, outro, mais crescidinho, mirou direto a mesa de pebolim.
Movimentando os bonequinhos, sozinho, sem um adversário do outro lado, ele só soube responder, sem tirar os olhos do aparelho, que era a primeira vez que estava ali e que, em casa, só tinha brinquedos chatos. “É legal”, disse. “Muito”, completou o amigo, que, em um segundo, juntou-se a ele.
Criança gosta de exagerar, é verdade, mas, dizem, não mentem. Pode ser que o “menino do pebolim” tenha, em casa, poucas opções ou nada. Quem sabe? Não dá para descartar essa hipótese. A molecada que ganhou o passeio tem entre 4 e 12 anos e é vinculada à Alpa (Associação Lar do Pequeno Assis), entidade filantrópica administrada pela Arquidiocese de Campo Grande.
“É um momento diferente para eles. São crianças da periferia que, às vezes, não têm a oportunidade de participar de uma atividade assim”, afirmou a recreadora voluntária da instituição, Pâmela Oliveira, de 21 anos. É um momento, prosseguiu, de viver e divertir-se como criança.
Gerente do espaço há 5 anos, Fabiano Romero Ribeiro, 36, disse que ações como esta, felizmente, ainda são frequentes. É a prova de que ainda existem, na opinião dele, pessoas de bom coração, que podem e fazem questão de ajudar o próximo.
A atitude, disse ele, é louvável, ainda mais nessa época do ano. Para muitas crianças, completou, a brincadeira de hoje, em um local diferente, cheio de opções, pode ter sido a realização de um sonho. “Eles sempre saem com os olhos brilhando”, comentou.
As empresas que bancaram a “arte” dos pequenos não aceitaram ter os nomes divulgados, mas os responsáveis pela campanha informaram que a iniciativa agradou a todos os funcionários. A proposta partiu de uma colaboradora que “queria fazer algo diferente”.
Com a ideia na cabeça, ela lançou a proposta na rede de comunicação interna e, em poucos momentos, ganhou novos parceiros. Fora a tarde de brincadeira, cada funcionário “adotou” uma criança para presentear no Natal. A entrega dos presentes está marcada para o dia 20.
Projeto – Sob administração da Arquidiocese de Campo Grande, a Associação Lar do Pequeno Assis, que existe há 20 anos, mantém um projeto de atende 140 crianças carentes em situação de vulnerabilidade social.
No local, em contraturno escolar, elas participam de oficinas de ballet, informática, teatro, catequese, recreação e auxílio nas tarefas escolares. As turmas são dividas por níveis. Além das atividades recreativas, lúdicas e as oficinas, as crianças recebem café da manhã, almoço e lanche. As famílias das crianças matriculadas no projeto também recebem assistência.
A Alpa sobrevive de doações. Para ajudar, ligue (67) 3028-1955 ou (67) 3352-1955. A conta corrente para depósitos bancários é a seguinte:
Caixa Econômica Federal
AG: 1568
OP: 003
C/C: 1873-9
Serviço - A Associação fica na rua Marrey Junior, 280, bairro Tiradentes, em Campo Grande. Outras informações podem ser obtidas no site www.irmaosdeassis.com.br