Lanchonete tem baile animado toda semana, com varanda lotada
As imagens são de celular e não fazem jus ao colorido das noites de sábado, que são pra lá de animadas na "Guga Lanches", na rua Naviraí, na Vila Margarida. O baile rola solto na varanda, ao som de muito chamamé e vanerão.
O ambiente é simples, uma lanchonete de bairro como muitas espalhadas por Campo Grande. O clima é tranquilo e o bailão improvisado ao ar livre tem hora certa para acabar: 23 horas o som cessa para não incomodar a vizinhança.
Como os principais clientes são os próprios vizinhos, a festa segue em clima sereno, não parece incomodar. Todo mundo se conhece e a maioria do público assíduo já passou dos 50 anos.
Sábado é hora de tomar uma cervejinha, comer um petisco ou lanche e dançar. Dançar muito. O salão montado na varanda permanece lotado, com a espontaneidade que transforma o baile em algo especial.
Faz poucos meses que a atração começou, mas a semana sempre tem o dia de casa cheia. Taúane dos Santos, de 31 anos, é responsável pelo movimento. "A gente trouxe para a varanda da lanchonete as músicas dos bailes de salão. A ideia no inicio era tocar sertanejo universitário”, lembra. Mas o que deu resultado mesmo foi a banda formada por alguns amigos, conhecidos do bairro.
A sanfona dita o ritmo da noite. Quem cuida da cozinha é a mãe de Tauane, dona Neide dos Santos, que não é muito fã do movimento. Por ela, os sábados seriam um pouco mais tranquilos.
Mas mesmo assim, Neide atende todo mundo com um sorriso. Às vezes reclama de uma coisa ou de outra, mas está sempre preparando um salgado frito na hora ou o lanche e a porção pedida pelo cliente.
A dona de casa Izaldina de Souza é uma das mais animadas na hora da dança e explica o motivo. “É muito bom, eu danço de tudo, vanerão, xote e chamamé, e gosto de vir aqui porque nunca sai briga”, afirma ao lado do marido.
Vera Lucia Santos, de 40, é moradora do bairro há mais de 20 anos e sempre que pode marca presença na festa. Ali no espaço reservado para o baile, todo mundo dança com todo mundo. Quem não é casado, aproveita para paquerar e quem passa pela rua, de longe já percebe a animação.
“Eu gosto muito de vir aqui, é muito animado e a gente encontra todos os amigos que não encontramos durante a semana”, comenta o aposentado Mauro Jorge, de 50 Anos.
A policia passa por ali constantemente para garantir que ninguém que exagerou no copo, perturbe o ambiente de paz criado por mãe e filha.
O clima é de amizade e, qualquer probleminha, como uma discussão dem família, ou exaltação de alguém que já bebeu demais, Tauane resolve na conversa, com muita paciência. “Todo mundo que vem aqui é do bairro, já se conhece e só quer dançar e se divertir, por isso dá certo”, explica a empresária.