Tango fez agrônomo viajar 1,4 mil km para curtir festival em Campo Grande
II Festival Caminhos do Tango começou nesta quinta e está com inscrições abertas para aulas e baile-show
Após o sucesso da primeira edição em novembro de 2021, Campo Grande recebe novamente o Festival Caminhos do Tango. A abertura da segunda edição ocorreu na noite de quinta-feira (03), na Concha Acústica Helena Meirelles, no Parque das Nações Indígenas.
O lugar foi palco para apresentação que começou por volta das 19h50. A atração gratuita e aberta ao público contou com a participação de bailarinos profissionais de Campo Grande. Na plateia, composta por pessoas de diferentes idades, teve quem veio de longe para prestigiar o festival.
O agrônomo Marlon Arenhardt, de 30 anos, chegou cedo para conquistar um bom lugar na arquibancada. O profissional veio de Porto Alegre (RS) para participar do festival que segue até o dia seis deste mês.
Ele é um dos 45 inscritos no evento que nos próximos dias irá promover aulas, jantar-show e Milonga de Gala. O agrônomo comenta sobre o envolvimento com a dança e como surgiu o convite para vir à Capital acompanhar o festival.
“Meu professor de Porto Alegre é um dos professores do curso e ele me apresentou ao festival. Eu danço a vida inteira em CTG tradicional no Rio Grande do Sul, fui para dança de salão e depois conheci o tango”, explica.
Diferente dos demais estilos que conhece, ele vê o tango com outra perspectiva. “O desafio, é uma dança que desafia mais a técnica e a emoção que é”, afirma.
Animado com a programação, ele garante que está feliz em poder dedicar os próximos dias ao tango e aprender mais sobre a dança com profissionais de renome. “A qualidade dos professores, é um time de respeito. É importante na nossa correria parar um pouco, concentrar e viver uns dias de imersão no tango”, pontua.
Idealizadora do Festival Caminhos do Tango, Camilla Marques, de 38 anos, começou a praticar a dança há três anos. Desde então, ela se apaixonou pelo gênero de dança que é um dos pilares da cultura Argentina. Com experiência em promover eventos, ela queria desenvolver um para trazer visibilidade ao tango.
Ela relata como ocorreu o primeiro festival que culminou na realização de mais uma edição. “Eu pensei num evento no sentido de fomentar, trazer tango para a cidade e fazer com que crescesse porque eu gostava muito. Ao longo desse desenvolvimento do festival, como estava em pandemia, ele foi adiado algumas vezes. Nesse processo fui evoluindo, transformando e tivemos o primeiro festival que foi um sucesso”, conta.
De 2021 para este ano, ela explica que trouxe mais novidades para a programação. "Primeiro o espetáculo sendo no Parque das Nações Indígenas gratuito, aumentaram o número de professores, porque no ano passado foram dois casais e neste ano são cinco casais de várias partes do Brasil que são referência. As aulas neste ano são três dias e temos a orquestra Revoada Tangueira tocando nas milongas”, fala.
Segundo a idealizadora, a orquestra é uma parte essencial para a continuidade do projeto. “A orquestra está sendo formada para o festival. O maestro Rafael Fontinelli topou esse desafio de montar um repertório de tango. Selecionamos a dedo um repertório para começar a criar esse produto de uma orquestra e conseguirmos promover outros eventos”, destaca.
Entre os convidados especiais do festival estão o casal de bailarinos Paula Emerick, de 35 anos, e Juliano Andrade, de 45 anos. Finalistas da tango pista e semifinalistas de tango-show do Mundial de Tango 2022 realizado na Argentina, eles participam pela segunda vez do evento promovido na Capital.
Ambos dançam juntos há 12 anos, porém descobriram o tango em períodos distintos. Ele dança há 35, enquanto ela começou há 14 anos. Para Paula, o gênero foi uma forma que encontrou de externalizar o que sentia.
“Foi uma forma de expressar que casava com o que eu buscava pra mim. Eu acho que o tango é muito isso, passamos a ter como estilo de vida. Eu costumo dizer que a gente come tango, respira tango e vive tango o tempo todo”, afirma.
Na visão de Juliano, o tango é um companheiro que o acompanhou em todas as fases da vida. “Eu dançava outras coisas, mas sempre tive o tango ao meu lado. Aí tornei ele um personagem da minha vida, pra mim é um companheiro que tive na minha infância, adolescência e eu espero envelhecer com esse companheiro”, frisa.
Sobre a participação no evento, Paula fala que é uma satisfação encontrar outros entusiastas do estilo em Campo Grande. “Viemos na primeira edição também que foi a primeira vez que viemos para Campo Grande. Ficamos muito surpresos porque tem uma comunidade tangueira aqui, a Camilla tem um excelente trabalho, ela traz pessoas, faz o festival e pra gente é uma alegria ver que o tango está presente e que tem muita gente apaixonada por ele”, conclui.
Inscrições - O Festival Caminhos do Tango segue até domingo (06). Hoje, 04, será realizada aulas para os interessados em aprenderem o estilo. Quem tiver interesse em participar pode entrar em contato com a Camilla através do número (67) 9.9243-3752.
A programação completa do festival pode ser conferida na reportagem do Lado B.
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