Isolamento faz banho e tosa de pet ser em casa ou com horário marcado
Para driblar cancelamentos de consultas, banhos e atendimentos em cachorros, donos de petshops fidelizam clientes com "delivery"
É certo que o coronavírus fez muitos segmentos do comércio se adequarem para continuar atendendo. Restaurantes entregam apenas por delivery, supermercados limitam a quantidade de pessoas e produtos e farmácias atendem o grupo de risco da COVID-19 em horário separado. Mas os serviços não-essenciais, ordenados pelos decretos da Prefeitura Municipal a evitarem o atendimento para diminuir o contato, também conseguem se adequar, na busca que o impacto econômico não seja tão grande quando as portas reabrirem.
Dados da Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação) estimam que o mercado pet movimente R$20 bilhões em 2020. Na Capital, muitas clínicas veterinárias e petshops adaptaram o tradicional “banho e tosa”, que para diversos animais era semanal, ao mínimo de contato possível.
As estratégias para não deixar os bichinhos sem banho vão desde ir à casa do proprietário, até criar um cartão fidelidade para ter o dia exato de abrir a loja. Rosimar Martins é proprietária do Rosita Pet Shop e trabalha apenas com banho e tosa. Durante o período de quarentena, eles atendem só os clientes agendados.
“Essa semana atendemos apenas os pacotes, que já estavam agendados, mas a maioria desmarcou e estamos fechando alguns dias. Como trabalha só eu e meu esposo, não temos riscos com funcionários. Estamos usando álcool em gel, luva, máscara e fazendo uma rígida limpeza de todo o ambiente após cada atendimento”.
Na Nutricão, no Bairro Aero Rancho, Gabriela Gutierres afirma que os animais são buscados em casa e também com pacotes pré-agendados. O petshop existe há 13 anos e ela afirma que as entregas triplicaram nos três últimos dias. “No interior, estamos limitando a quantidade de pessoas que entram. Os animais internados podem receber visitas, mas com horário marcado e apenas uma pessoa”.
Ela também percebeu que, nos pedidos mais recentes, os clientes compram mais de um saco de ração, como medida de “segurança”. “Apesar de que não tivemos nenhum pedido de quantidades significativas de sacos de ração, as pessoas estão pedindo pelo menos um saco a mais por não saberem o que está por vir. Também chegam pedidos de bairros mais distantes, que não costumávamos entregar”.
Petshop sobre rodas - Há quatro anos Daniel Cézar já havia criado uma van que vai até as casas de donos de pet, simulando um “delivery banho e tosa”. O Petshop Móvel chegou a Campo Grande em 2016 para atender quem não tinha disponibilidade de ir a clínicas veterinárias. “Acredito que vai ser a única saída durante as semanas que não podemos ter contato. Por enquanto o fluxo de clientes ainda não aumentou, mas acredito que as pessoas vão parar de ir em petshop”, aposta Daniel.
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