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Na hora de escolher escola, cuidado com merenda é ponto importante

Decreto presidencial sobre alimentação saudável em escolas reacendeu o tema desde dezembro

Por Aletheya Alves | 04/01/2024 07:44
Criança indo para escola durante o ano letivo em Campo Grande. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)
Criança indo para escola durante o ano letivo em Campo Grande. (Foto: Arquivo/Marcos Maluf)

Em dezembro de 2023, um novo decreto presidencial foi publicado sobre a promoção de alimentação saudável nas escolas e, orientando sobre ações, reacendeu a discussão. Para comentar sobre o assunto, o Lado B convidou uma profissional especialista em nutrição maternal e infantil, que defende a importância de que, ao escolher a escola, os pais se atentem ao cuidado com a merenda e projeto pedagógico sobre o tema.

No decreto número 11.821, de 12 de dezembro de 2023, possui três eixos de ações para promover a alimentação saudável nas escolas. Entre os pontos principais estão a promoção de ações envolvendo educação alimentar e nutricional nos currículos escolares, a restrição de comercialização e doação de bebidas e alimentos ultraprocessados no ambiente escolar e, por último, a restrição de comunicação mercadológica sobre a venda de ultraprocessados no ambiente escolar.

Introduzindo o tema, a nutricionista Idalene Rocha defende que devido aos hábitos alimentares serem construídos na infância, pensar sobre a educação nutricional desde cedo define a forma com que as crianças se relacionam com a comida.

Se tratando de um decreto orientativo, o texto presidencial vem como um auxílio para destacar pontos a serem observados na comunidade escolar. E, para Idalene, verificar se os pontos existem no cotidiano é uma das chaves.

De acordo com a nutricionista, o período entre 0 e 6 anos é um dos mais cruciais quando o assunto é alimentação saudável. “Depois dessa faixa etária, fica mais difícil para que eles aceitem com facilidade. Os pais precisam estar cientes de que o que for oferecido dentro desse período será levado para o resto da vida”.

Atuando há três anos como professora de educação alimentar para crianças em escolas da rede particular, ela explica que a mudança dos hábitos sempre é possível. Mas, como relatou anteriormente, o nível de dificuldade vai aumentando.

Com a parte da alimentação sendo trabalhada dentro do ambiente escolar, o ganho vem em todos os sentidos. Sabemos que devido à correria do mundo moderno, os pais não têm muito tempo na parte de educação alimentar dos filhos. Por isso, se as escolas tiverem em sua grade curricular uma disciplina ou orientações sobre o assunto, a mudança é grande, diz sobre o eixo educacional do decreto.

Em sua experiência com crianças, Idalene pontua que já viu situações diversas envolvendo o contato dos alunos com alimentos in natura. “Há, muitas vezes, um papel reverso em que as crianças se educam na escola e levam essas informações para casa. Os pais acabam absorvendo melhor o conteúdo através dos filhos”.

Com isso em mente, a nutricionista explica que a presença do tema nas escolas é algo que afeta a família como um todo.

Em relação às restrições de comercialização de ultraprocessados e de divulgação desses alimentos, Idalene acredita que o desafio é grande. Isso porque a presença dessa categoria tem se tornado cada vez mais forte no País.

“Muitas escolas ainda têm resistência na diminuição dos ultraprocessados, mas é algo essencial. Nós vemos o número de doenças e mortes aumentando como consequência do consumo desse tipo de alimento, incluindo de crianças”, completa.

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