Na volta às atividades físicas, pressão por resultado rápidos fica de fora
Na retomada à prática dos exercícios físicos, personal alerta para quem faz metas "malucas" e busca resultados "milagrosos"
Todo ano é a mesma coisa: se enche o "bucho" nas festas de fim de ano e o janeiro vira aquela corrida atrás do prejuízo e uma obsessão pelos números – do peso, ao tamanho da barriga até a largura do quadril. Tanto é que os meses mais cheios da academia são de agora até finalzinho de março.
Com a pandemia do novo coronavírus, porém, a prática da atividade física foi por água abaixo. O que antes fazia parte da rotina semanal de muita gente, agora virou uma retomada lenta 1 ano depois de paralizado. É o caso de Valéria Rezende Braga, servidora pública estadual de 35 anos.
"Tive uma crise de ansiedade devido à covid-19, então parei com tudo e preferi não sair mais de casa. Simplesmente aumentei o peso, ganhei flacidez nos músculos e várias dorzinhas chatas. Fora que a academia me proporcionava um ânimo sem igual. Enfim, só foi prejuízo", reflete.
Quem é profissional de educação física garante: a pressa não leva a nada, e as pessoas deveriam pensar mais nos benefícios a médio/longo prazo do que só na "#MetaDeVerão".
"Vivemos a era do 'corpo escultural', do fitness, e as resoluções de início de ano cada vez mais refletem isso. Independente da covid, é uma busca incansável em se tornar mais ativo e perder peso rápido, só que com metas malucas e sem qualquer orientação", afirma Rafael Santos da Silva, personal trainer de 33 anos.
No Cabreúva, ele gerencia uma academia de bairro, então acompanha isso bem de perto. Segundo relata, forçar uma retomada rápida nas atividades físicas só vai atrapalhar o processo. "Existem treinos específicos para cada objetivo, feitos com toda segurança para evitar principalmente as lesões. Claro que existem critérios estéticos, mas com a saúde em primeiro lugar".
Não adianta lutar contra a maré – o relógio do tempo deve voltar a ser o seu melhor amigo".
Calma e foco – O mês de fevereiro já está aí e você pode começar do jeito certo. Para Rafael, "melhor coisa a se fazer é manter constância, entender que ver o resultado pra 'ontem' não existe", alerta.
"É comum as queixas mais frequentes serem falta de fôlego, de condicionamento, como se nunca tivesse feito academia na vida. Um ponto a ser observado é a falta de estímulo: as pessoas em volta mais cobram pelo 'peso extra' adquirido do que incentivam o outro a se exercitar e emagrecer", comenta.
Para Valéria, o retorno tem sido gradual e um novo aprendizado. "Nada melhor do que contar com a ajuda profissional ao lado, tanto na orientação quanto no estímulo. O corpo acostuma, você se acostuma, e só há ganhos… melhor atividade física do que remédios", brinca.
Confira as dicas do personal trainer para não sofrer nesse retorno:
- Procure aquilo que te motive – Seja nas pessoas a sua volta ou profissionais preparados para te atender, além de práticas que você mais goste. Experimente novas e varie as antigas.
- Abrace suas limitações – Não exagere! Faça um objetivo e cumpra ele no seu próprio ritmo, mantendo frequência semanal na prática dos exercícios físicos.
- Faça por você – É você quem manda no seu corpo, então queira você mesmo o melhor pra ele.
- Não se deixe desanimar – Faça das metas pessoais enquanto rotina e, caso os resultados desejados não foram alcançados de primeira, faça o caminho valer a pena.
- Tudo no seu tempo – Passos de formiguinha, um dia de cada vez. Atividade física é essencial para uma vida inteira, uma vida bem mais saudável e ativa.
Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.