O que aconteceu com as antigas casas de fliperama de Campo Grande?
Para todos que viveram a adolescência no final dos anos 80 ou durante a década de 90, ao pensar nas grandes casas de fliperamas da época, ótimas lembranças inevitavelmente invadem a mente. Como não sorrir ao lembrar dos áureos tempos do Playland no Shopping Campo Grande e da Brinks na 13 de Maio, no centro da cidade. Pelo saudosismo nas minhas palavras já se percebe que esse tipo de diversão não está mais disponível, né? Surge então o Lado B para tentar explicar as razões pelo qual isso aconteceu.
Antigamente as casas de fliperama (arcades) eram os únicos locais onde se poderia jogar aparelhos de ponta, pois os console caseiros eram muito mais simples, sendo que na maioria das vezes contavam apenas com versões empobrecidas dos maravilhosos jogos disponíveis nos arcades. Como era grande a diferença de jogar Tartarugas Ninja no “fliper” ou jogar no Nintendinho, né?
Essa grande diferença de qualidade entre os arcades e os consoles caseiros começou a mudar no meio da década de 90 com o lançamento do Sony Playstation e do Sega Saturn, que possuíam versões muito próximas das encontradas nos fliperamas (tais como Tekken e Virtua Fighter) e acabou se consolidando alguns anos depois (1998), com o lançamento do Sega Dreamcast.
O Dreamcast nesse sentido foi extremamente revolucionário, pois trazia versões idênticas aos arcades para dentro de casa. Soul Calibur, Sega Rally 2, Sega Bass Fishing, Virtua Striker 2 e muitos outros. Inclusive várias casas de fliperama da época tinham gabinetes que no seu interior rodava um dreamcast ao invés do arcade original, tamanha era a semelhança dos jogos arcades com os desse console. A partir daí os arcades foram aos poucos abandonados no Brasil.
Outro fator que contribuiu para a queda do interesse do público aos árcades foram as lan-houses, principalmente quando da febre do jogo Counterstrike, que levava milhares de gamers a ficar horas a fio grudados nos monitores. Hoje as lan-houses também estão extintas, principalmente pelo aumento da qualidade da jogatina online, mas isso é assunto para outra matéria.
Hoje o único mercado aquecido de arcade é o mercado japonês, pelas peculiaridades existentes naquele país. Aqui no Brasil não se vê mais lançamentos de novos fliperamas e as casas especializadas no ramo que conseguiram se manter ou possuem aparelhos antigos e pouco atrativos ao público ou simplesmente mudaram o foco do seu negócio, apostando em brinquedos voltados ao público mais infantil, como fez o Playland do Shopping Campo Grande. A brinks, que era ícone em se tratando de fliperamas em Campo Grande/MS fechou as portas já há quase 10 anos.
Porém, nem tudo é notícia ruim. Apesar de praticamente não existirem mais lançamentos na área de fliperamas, temos toda a qualidade dos arcades à disposição em nossa casa, com consoles maravilhosos que possuem gráficos e jogabilidade de primeira, tais como os da atual geração: Xbox One, Playstation 4 e o Wii U.
E ainda temos a emulação, que possibilita jogar praticamente todos os arcades de antigamente no conforto de nossas casas, sem gastar um tostão sequer, destacando-se o emulados MAME – Multiple Arcade Machine Emulator (http://mamedev.or/). Se lembrarmos o tanto que gastávamos em “fichas” na época de ouro dos fliperamas, isso dá uma bela economia.
É isso aí, amante dos games. Ficamos por aqui com mais uma matéria especial no Lado B. Na terça-feira que vem, atendendo ao pedido do leitor Andre Luiz Godoy Lopes, vamos falar sobre a PSN, a rede online da Sony para seus consoles, bem como as diferenças entre a rede brasileira e americana. Um grande abraço e até lá.
Para matar saudade, gameplay do Tartarugas Ninja arcade: