Curso aposta no mercado de bolsas e segunda turma já tem fila de espera
Alunas com o diploma universitário de Moda ou apenas curiosas que já produziam artesanalmente são a primeira turma formada pelo Senac/MS no curso de produção e designer de bolsas.
Antes do desfile oficial de encerramento, desenhos e materiais espalhados pela mesa mostravam como foi o processo até as peças ficarem prontas.
O Senac é a primeira instituição no Brasil a conseguir esse tipo de certificação e quer profissionalizar o setor que lá fora criou um mercado de luxo internacional.
“Fiquei surpreso com o potencial criativo das alunas, com a facilidade ao lidar com os materiais”, conta o professor do curso, o estilista conhecido pelo designer de bolsas, César Anunciação.
O interesse é tamanho, que a segunda turma – a ser aberta em abril, já tem lista de espera. Não há produção significativa em Mato Grosso do Sul, o que vira oportunidade para os estilistas recém formados.
Primeiro, as aulas levam à interpretação da modelagem de bolsas ícones internacionais, como Hermès, Marc Jacobs, Louis Vuitton, Gucci...
É preciso aprender como a peça é feita, entender os cortes, a costura, o acabamento, para depois reproduzir o processo e, após dominar a técnica, criar.
“Só depois de compreender o processo é que uma pessoa consegue fazer algo diferente, colocar identidade na peça”.
Nesse caminho, o curso apresenta texturas, estampas e metais que são tendências internacionais, do couro ao tecido.
Em uma das bolsas executadas durante o curso, 4 cores diferentes e estampas variadas transformaram o modelo famoso em versão inédita.
O laboratório de experimentação, em período extra de aulas, serviu para ampliar as possibilidades, e até sapatos passaram a aguçar a imaginação das alunas. “A partir das bolsas, abrimos uma extensão para outros acessórios”, explica César.
O desfile já ocorreu no dia 15 de dezembro, noite especial para Ana Cristina Marques, de 43 anos. Ela veio do Rio Grande do Sul, só para o curso. “É o único no Brasil e sempre tive esse sonho”.
Dentista, Ana já “brincava”, de fazer bolsas em tecido e deu o primeiro passo importante para criar de forma mais profissional.
Edir Silva, de 56 anos, também produzia em casa e agora descobriu o universo da modelagem ao acabamento. “Para todo sapato tenho uma bolsa, sou apaixonada e agora aprendi como fazer.”
Jaqueline Teixeira, concluiu o curso de Moda na Anhanguera, passou a fazer Direito e no quinto semestre tem cada vez mais certeza de que quer mesmo ser estilista. “A cada semestre fico pensando se faço ou não a rematrícula. Gosto mesmo é de Moda. Antes fazia as bolsas na base do improviso, agora sei como é a técnica e vou continuar”.