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Sabor

Churrasco grego chega ao Centro por cincão e suco entra na conta do dono

A carne assada em espeto giratório é servida com vinagrete no meio do pão francês, bem difícil resistir

Danielle Valentim | 09/05/2019 06:40
Depois de 37 anos trabalhando como açougueiro, ele aguarda a aposentadoria montando os lanches.(Foto: Paulo Francis)
Depois de 37 anos trabalhando como açougueiro, ele aguarda a aposentadoria montando os lanches.(Foto: Paulo Francis)

É só olhar que dá curiosidade de parar. Ver aquela carne, com bacon e calabresa rodando na máquina metálica é um convite tentador. O famoso churrasco grego - o lanche de rua que é um patrimônio de São Paulo - chegou tímido ao Centro de Campo Grande, mas na Afonso Pena, quase esquina com 13 de Maio, a experiência custa R$ 5 e o suco é de graça.

O cheiro é sentido da esquina. O sanduba de carne assada, vinagrete, maionese e molho barbecue é feito por Manoel, afora conhecido como o “Tiozinho do Churrasco Grego”. Depois de 37 anos trabalhando como açougueiro, ele aguarda a aposentadoria montando os lanches.

Espeto montado e assado nas primeiras horas da manhã. (Foto: Danielle Valentim)
Espeto montado e assado nas primeiras horas da manhã. (Foto: Danielle Valentim)

É comida de rua, preparada em um minuto. Com uma faca afiada, Manoel corta as tiras de carne, bacon e calabresa e as separam na bandeja. O pão francês é aberto para receber o assado, o vinagrete, maionese e o molho de churrasco - o barbecue. Para evitar contaminações, o processo é feito com luvas, materiais descartáveis e a salada é mantida em uma caixa térmica.

Por ali, ao redor do carrinho, param comerciantes, consumidores, entregadores e outras pessoas comuns de um centro comercial, é gente de todo lugar. Seu Manoel explica que trabalha das 8h às 17h e, iguais a ele, mais duas pessoas estão vendendo esse tipo de carne no Centro.

O açougueiro de carreira conta que recebeu o convite de um conhecido e pontua que conheceu o churrasco grego quando morou em São Paulo. “Eu já conhecia as carnes, então assar ficaria fácil. A gente monta antes chega aqui e liga a máquina. Em poucas horas a carne fica no ponto e já pode ser servida”, explica.

 

No fim do dia, espeto fica bem magrinho. (Foto: Paulo Francis)
No fim do dia, espeto fica bem magrinho. (Foto: Paulo Francis)

As carnes usadas são o miolo de paleta ou contra filé, depende do preço do dia. O espeto recebe sete quilos de carnes que são vendidos durante todo o dia. “Esses dias as vendas estavam meio paradas, mas com o pagamento movimenta de novo”, finaliza seu Manoel.

Apesar do nome grego, ele é turco. O Döner kebab se espalhou para o mundo todo e no Brasil é comercializado normalmente na rua.

Em São Paulo, terra de milhões de imigrantes, o lanche conquistou consumidores há décadas.

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