Churrasco grego chega ao Centro por cincão e suco entra na conta do dono
A carne assada em espeto giratório é servida com vinagrete no meio do pão francês, bem difícil resistir
É só olhar que dá curiosidade de parar. Ver aquela carne, com bacon e calabresa rodando na máquina metálica é um convite tentador. O famoso churrasco grego - o lanche de rua que é um patrimônio de São Paulo - chegou tímido ao Centro de Campo Grande, mas na Afonso Pena, quase esquina com 13 de Maio, a experiência custa R$ 5 e o suco é de graça.
O cheiro é sentido da esquina. O sanduba de carne assada, vinagrete, maionese e molho barbecue é feito por Manoel, afora conhecido como o “Tiozinho do Churrasco Grego”. Depois de 37 anos trabalhando como açougueiro, ele aguarda a aposentadoria montando os lanches.
É comida de rua, preparada em um minuto. Com uma faca afiada, Manoel corta as tiras de carne, bacon e calabresa e as separam na bandeja. O pão francês é aberto para receber o assado, o vinagrete, maionese e o molho de churrasco - o barbecue. Para evitar contaminações, o processo é feito com luvas, materiais descartáveis e a salada é mantida em uma caixa térmica.
Por ali, ao redor do carrinho, param comerciantes, consumidores, entregadores e outras pessoas comuns de um centro comercial, é gente de todo lugar. Seu Manoel explica que trabalha das 8h às 17h e, iguais a ele, mais duas pessoas estão vendendo esse tipo de carne no Centro.
O açougueiro de carreira conta que recebeu o convite de um conhecido e pontua que conheceu o churrasco grego quando morou em São Paulo. “Eu já conhecia as carnes, então assar ficaria fácil. A gente monta antes chega aqui e liga a máquina. Em poucas horas a carne fica no ponto e já pode ser servida”, explica.
As carnes usadas são o miolo de paleta ou contra filé, depende do preço do dia. O espeto recebe sete quilos de carnes que são vendidos durante todo o dia. “Esses dias as vendas estavam meio paradas, mas com o pagamento movimenta de novo”, finaliza seu Manoel.
Apesar do nome grego, ele é turco. O Döner kebab se espalhou para o mundo todo e no Brasil é comercializado normalmente na rua.
Em São Paulo, terra de milhões de imigrantes, o lanche conquistou consumidores há décadas.