Com toque caseiro, Ana transforma amor por avó em quitutes e tortas
Ela aprendeu a cozinhar vendo dona Zélia mexer nas panelas e agora, em homenagem criou menu especial com pedidos a pronta entrega
Ana Lefevre aprendeu a cozinhar ainda criança, vendo a avó Ana Guilherme Corrêa da Costa mexer nas panelas de casa. Com os olhos de menina, observava a dedicação da matriarca na preparação de cada prato. A mesa era sempre farta e ver todos comendo bem, gerava satisfação na cozinheira. O carinho nunca foi esquecido e, em homenagem a sua rainha, ela criou o “Quitutes da Zélia”, em Campo Grande.
“Todos a conheciam por Zélia”, diz a neta. O espaço atende por delivery, tem um cardápio diversificado de congelados como escondidinhos, massas, tortas e doces tudo feito a pronta entrega e por encomenda.
“Venho de uma geração de quituteira. Aprendi a cozinhar aos 7 anos, era normal porque toda hora a gente fazia algo, todos da família sempre estavam envolvidos na cozinha”, lembra a neta.
Ana é uma pessoa sensível e emotiva, gosta de recordar do passado, principalmente das coisas que aprendeu com a avó. “A dona Zélia foi minha avó, mãe e ajudou a me criar. Passei muito tempo com ela, tenho um carinho enorme por tudo que fez”.
Tocar no nome de Zélia é fazer um cisco entrar no olho da neta e o coração transbordar de orgulho. “Foi uma mulher que estudou até a quarta série, mas que sabia falar outras línguas, como inglês e alemão. Aprendeu durante as viagens que fez pelo mundo, era uma pessoa a frente do seu tempo”.
Dona Zélia foi uma mulher simples, que cuidava de tudo com carinho. Quando o assunto era a cozinha, ela dominava como ninguém e sua receita secreta era misturar amor com dedicação e acrescentar algumas pitadas do toque de vó.
“Lembro do bolo que levava cinco ovos. Ela misturava os ingredientes e ligava a batedeira. Era o melhor bolo do mundo. Tinha um tremor na mão e a gente brincava que isso que fazia dar certo. Todos que já comeram algo preparado por minha avó, tem uma lembrança boa”.
A avó fez vários cursos de confeitaria e até panificação, pois chegou a montar uma padaria com a família na Capital. Disposição, sempre teve para dar e vender, porém em 2001, dona Zélia descansou. “Faleceu aos 59 anos, teve diverticulite [inflamação na parede interna do intestino], chegou a fazer cirurgia, mas deu errado e teve complicações. Foram nove meses lutando pela vida”.
Homenagem - A partida deixou um vazio no coração da neta, mas desde o ano passado, ela resolveu transformar a saudade e o amor pela avó em quitutes. “A produção é caseira, o nome é para homenagear a mulher que mais me deu força no mundo. Ela me ensinou a ser forte, é a pessoa que mais me faz falta na vida. Cozinhar fazia parte do nosso cotidiano”.
A decisão também ocorreu após o nascimento da filha Maria Luiza. “Trabalhava com publicidade há mais de 20 anos, a rotina sempre foi intensa. Quando ela nasceu, decidi pisar no freio, cuidar mais da gente e precisava achar um caminho que pudesse ficar mais perto dela. Nisso, passei a fazer bolo de pote, doces para vender e pouco antes da pandemia, expandi para salgados”.
A habilidade da avó, passou para a neta que agora também faz receitas de escondidinhos. Com toque caseiro e alguns ingredientes secretos, Ana consegue conquistar a freguesia pelo sabor e quem experimenta algum de seus pratos, fica com o gostinho de quero mais. Além disso, ela conta com a ajuda do esposo Renan da Cunha Soares Júnior e da sua tia, Sheyla Correa da Costa nas produções.
Aos poucos, criaram um cardápio para atender a freguesia. No menu tem várias opções como o escondidinho da “Vovó”, feito com carne moída, com creme de mandioca e queijo que tem um sabor especial; tem o escondidinho da “Mamãe”, com carne moída, creme de abóbora e queijo; o escondidinho do “Paizão”, que leva frango moído frito com bacon, creme de mandioca e queijo e o do “Papai”, preparado com peito de frango moído, creme de mandioca e queijo.
Especiais - O escondidinho “Malu” é em homenagem à filha, preparado com linguiça mista, com creme de abóbora e queijo. “Esse ficou famoso em várias partes do Brasil porque fiz para uma professora que tinha vindo de fora. Ela comeu, gostou e compartilhou num grupo com vários professores do país. Sempre que algum deles visitavam a cidade, queriam comer também”, conta Ana.
Nas opções sem carne tem o escondidinho da “Titia”, com brócolis ao alho, creme de mandioca e queijo. Tem o escondidinho do “Dindo” com legumes, o “Professor” com proteína de soja hidratada com ervas e molho de soja refogada e até o escondidinho do “Mano”, outro pedido vegetariano.
Além disso, a equipe também faz bolos de potes, doces, pipoca gourmet com Leite Ninho, chocolate amargo com Ovomaltine e paçoca, fora o cardápio de massas. O valor varia de R$ 6,50 a R$ 80,00. Os pedidos podem ser feitos de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 19h30. Aos sábados as encomendas podem ser realizadas das 9h30 às 20h30 e aos domingos e feriados das 10h30 às 13h30. “Aqui é igual casa de vó, conversando damos um jeito em tudo”, destaca.
As opções de congelados a pronta entrega sempre têm o que está no cardápio, mas, se a pessoa tiver a fim de algo especial também pode conversar com Ana. “Pode pedir que a gente faz. Para atender clientes, já fiz bobó de camarão, fricassè, torta salgadas, mas nada disso foi entregue congelado. Foi quentinho e pronto pra comer, pois foram pedidos especiais”.
Serviços – Os pedidos podem ser feitos através do número (67) 9248-8616 ou pelas redes socais que levam o nome Quitutes da Zélia.
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