Após flores, paineiras formam tapete de algodão às margens do córrego
Tem época que parece um ipê rosa florido, mas, depois de alguns dias, quem se aproxima encontra bolinhos de algo parecido com algodão, espalhado por todo chão. Quem mora em Campo Grande e passa pela avenida Ricardo Brandão nesta época de tempo seco, com certeza já reparou na árvore sem flores e nas margens do córrego Prosa com a aparência branca.
Responsável pelo cenário, as paineiras florescem de março a abril, mas em anos de clima muito seco, a floração se estende por mais tempo. A espécie apresenta característica diferente do ipê, como por exemplo, as flores que dão o ar dá graça em abril, espinhos no tronco e porte maior. As paineiras são muito usadas na recuperação de áreas degradadas, por terem desenvolvimento rápido.
A professora doutora do curso de Agronomia da Uniderp/Anhanguera, Denise Renata Pedrinho, explica que as árvores perdem as folhas na época da floração. Isso acontece para a planta se proteger do frio e da seca. “As flores caem em poucos dias após a fecundação, que se dá principalmente por insetos”.
Daí para frente, o fruto se desenvolve, se racha naturalmente e forma um tapete branco de paina no fim da frutificação. “As sementes que ficam dentro do fruto são recobertas por algodão. Elas são amplamente disseminadas pelo vento graças a fixação à paina, que é uma fibra fina e sedosa”, destaca. Ela acrescenta, que onde a paina cai, a sementinha germina.
O florescimento das diversas espécies arbóreas acontece em épocas diferentes. Além das paineiras, têm os ipês, quaresmeiras, magnólias, senna manduirana, acácias e sibipirunas.
Sujeira - Conforme a professora, não é recomendado plantar a árvore em calçada. A espécie de porte grande pode comprometer a tubulação e a própria calçadas. “Elas devem ser cultivadas em parques, praças e em margens de córregos. As paineiras são lindas e chamam a atenção pela beleza. Mas o algodão do fruto quando começa a dispersar da trabalho para a vizinhança, por causa da sujeira.
Antigamente, segundo Denise, a paina era muito utilizada para preenchimento de travesseiros, colchões e brinquedos de pelúcia. “A paina é uma fibra de boa durabilidade, não mofa e era utilizada no trabalho artesanal”, pontua. Não há informação se o algodão é usado comercialmente.
Essas grandes e antigas árvores estão também em outras partes da cidade e do Brasil.