No Dia do Meio Ambiente o que não falta na Capital é área que virou lixão
No Dia Mundial do Meio Ambiente é possível ver que a falta de educação e de consciência ambiental ainda é uma realidade longe de ser mudada em Campo Grande. Terrenos em diversos bairros da Capital se tornam verdadeiros lixões à céu aberto, graças à população.
De onde vem tanto lixo? Os moradores não sabem explicar. Garantem que aparecem na calada da noite e mesmo tendo diminuído em comparação há décadas, ainda é algo que incomoda.
Eles acreditam que tal problema não tem solução definitiva, já que se dá, unicamente, pela falta de educação das pessoas que ignoram as questões ambientais e desrespeitam os vizinhos jogando de tudo, desde sofás a telas de computadores antigos, armários, telhas quebradas e muito mais entulho, além de bicho morto e lixo transformando os terrenos em verdadeiros depósitos.
Como não podem contra o desrespeito, muitos vizinhos de áreas transformadas em lixões acabam buscando alguma vantagem.
No Jardim Panamá, Sérgio Pires (58) mora há 25 anos no mesmo endereço. Hoje pela manhã, aproveitou para procurar materiais que ainda estivesse em bom estado, descartado em um destes depósitos a céu aberto.
Para ele, não há solução definitiva para o problema. "O pessoal é mal educado e não respeita os terrenos. Acredito que uma forma que ajudaria a diminuir esta prática é incentivar campanhas de reciclagem com intenção de preservar o meio-ambiente e reaproveitar os materiais usados", avalia Sérgio.
Outra região onde há terrenos abandonados e cheios de lixo está em área nobre da cidade, rodeado de condomínios de alto padrão, bem atrás do Parque dos Poderes.
O bairro Danubio Azul tem várias áreas com entulhos e resto de construção. Quem deposita o lixo, escolhe lugares mais afastados, onde não há casas em volta.
As ruas Rio Claro e Getulina tem lixo orgânico, animais mortos, placas de gesso, canos e outros resquícios de construções.
Todos os dias a prefeitura de Campo Grande recebe mensagens de moradores, apontando lixões em diferentes pontos da cidade.
Há relatos no Bairro Coronel Antonino, Cidade Jardim, Nova Lima, Noroeste e até em locais de ocupação antiga, quase sem terrenos baldios, como no Taveirópolis.
Beatriz Souza, de 68 anos, vive na região Norte da cidade e também reclama do desleixo dos moradores com o meio ambiente e a saúde, já que latas e plásticos também acumulam água parada e podem potencializar o risco de dengue.
Ela acha que outra saída seria uma maior vigilância no local. Há muitos entulhos, por exemplo, na rua Catulino Severo Monteiro, no Panamá. A via é muito escura e, justamente, por falta de iluminação, as pessoas aproveitam para jogarem os objetos sem serem vistas.
"Mas hoje até na luz do dia os carroceiros jogam restos de árvores e galhos secos. Eu mesma já coloquei alguns para correr. Vim hoje ver se havia algo que eu pudesse reaproveitar", conta Beatriz, sem medo de generalizar: "O brasileiro é muito porco".