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Política

Ao mencionar "rachadinha" de vereadores, adjunto de subsecretário gera mal-estar

Fábio Rocha é adjunto da pasta de assuntos comunitários e disse que vereadores ficam com parte de repasses

Por Danielly Escher e Caroline Maldonado | 23/11/2023 13:13


Subsecretário municipal, Fábio Rocha, fala de "rachadinha" em entrevista (Foto: Reprodução)
Subsecretário municipal, Fábio Rocha, fala de "rachadinha" em entrevista (Foto: Reprodução)

Trecho de uma entrevista publicada na internet "deu o que falar" nesta quinta-feira (23) na Câmara Municipal de Campo Grande. Tudo por conta do recorte de uma fala de Fábio Rocha, adjunto da Subsecretaria Municipal de Articulação Social e Assuntos Comunitários. Durante a gravação de um podcast, ele diz que responsáveis por entidades recebem propostas de vereadores e usa um exemplo de como seriam conversas envolvendo um tipo de "rachadinha".

"Pra equipar aqui a igreja, pra por os bancos preciso de dez mil. Se eu te mandar vinte mil [ele] vai ficar todo faceiro. Precisava de dez. O projeto social, o esquadrão. Vou te mandar vinte mil. Precisava de dez, então vou te mandar cinquenta, você me devolve trinta. Aí é onde os caras vêm municiados para a campanha. Isso eu sei porque todos os projetos sociais, tem vários que você perguntar, recebem estas propostas. Tem os vereadores sérios que trabalham e tem aqueles que fazem errado", diz o trecho da entrevista divulgado em vários grupos de Whatsapp, chegando aos ouvidos dos parlamentares.

Além de subsecretário, Fábio já foi candidato a vereador e em publicações nas redes sociais, lamenta ter perdido a eleição "mesmo sendo um dos mais votados de Campo Grande". Ainda ressalta: "Sabendo que tive mais votos que 14 vereadores que hoje estão lá". O ex-candidato é também fundador da ONG (Organização Não Governamental) Esquadrão da Juventude. Na eleição de 2020, ele conquistou 3.341 votos, sendo o 24º mais votado.

Na manhã de hoje, o assunto foi parar na tribuna da Casa de Leis da Capital com uma declaração do presidente Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão. "O rapaz ligou aqui e explicou que deu entrevista no podcast, aí foi feito um recorte e na verdade não estava se referindo à Câmara Municipal de Campo Grande ou a um vereador daqui, mas sim um comentário de forma genérica, nacional", disse. Com isso, Carlão decidiu não tomar providências, nem registrar boletim de ocorrência ou entrar com ação judicial.

Mas como costuma acontecer com repercussões de declarações polêmicas, tem gente que acha importante levar a discussão adiante. O vereador Marcos Tabosa (PDT) disse que a equipe jurídica dele está estudando se cabe processo e recorreu a uma frase de efeito: "A fala é igual tiro, a bala não volta. Eu represento a Câmara, quando ela é atacada de qualquer forma, eu vou rebater. Ele é adjunto de um subsecretário de Campo Grande, estava dando entrevista em um podcast daqui e subentende-se que estava se referindo a Campo Grande".

Chiquinho Teles, ex-vereador e titular da subsecretaria onde Fábio é adjunto, classificou a declaração como uma fala infeliz, mas destacou que o servidor se desculpou com a Câmara durante a conversa com o vereador Carlão. "Não podemos acusar ninguém sem provas. Foi bom ele se retratar porque foi natural os vereadores se sentirem ofendidos e até mesmo vereadores de outras câmaras podem ter ficado ofendidos", finalizou.

Na manhã desta quinta-feira a reportagem tentou contato com Fábio Rocha pelo número de telefone celular que está na rede social dele, mas ninguém atendeu à ligação. Durante a tarde ele enviou mensagem ao Campo Grande News dizendo "citei uma realidade que acontece no Brasil, inclusive já noticiado até mesmo no Fantástico e vários jornais, não citei estado, cidade e nomes. Em nenhum momento quis ofender alguém. Apenas respondi a pergunta que me fizeram, Realmente não sei porque ofendi tanto alguns vereadores! Ainda falei que existem os bons e os ruins, apenas".

*Reportagem alterada às 18h53 para acréscimo de informações.

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