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Política

Caminhoneiros divergem sobre benefício incluído em PEC para a categoria

Pagamentos com reajuste do Auxílio Brasil e pix para motoristas começam a ser feito no dia 9 de agosto

Gabriela Couto e Cleber Gellio | 15/07/2022 10:21
Domingos Valmir Mota de Souza fazia um carreteiro de almoço hoje. (Foto: Cleber Gellio)
Domingos Valmir Mota de Souza fazia um carreteiro de almoço hoje. (Foto: Cleber Gellio)

Depois de toda a dificuldade enfrentada pelo governo federal foi publicada hoje, no Diário Oficial da União, a emenda à Constituição que autoriza o governo a gastar R$ 41,2 bilhões para conceder benefícios sociais a menos de três meses das eleições, ainda tem contemplado divergindo do pacote de bondades.

Este é o caso dos caminhoneiros, beneficiados com um auxílio caminhoneiro de R$ 1.000 que o governo vai liberar. Para alguns, a medida é super bem-vinda, devido às necessidades enfrentadas na estrada.

Caminhoneiro Genésio Giroudo disse que a profissão é igual pescaria: "Tem que ter paciência". (Foto: Cleber Gellio)
Caminhoneiro Genésio Giroudo disse que a profissão é igual pescaria: "Tem que ter paciência". (Foto: Cleber Gellio)

Seu Genésio Giroudo, 62 anos, é de Umuarama (PR). Ele trouxe carregamento até Corumbá e está há dois dias parado em um posto de combustíveis no anel viário de Campo Grande, na saída para São Paulo, aguardando frete.

“Pretendo pegar o auxílio que nesse momento é bem-vindo, independente do tempo que vai ficar vigente, porque o frete tá muito barato e o diesel está alto, fora os custos do serviço. Minha despesa hoje dobrou”, afirma.

Ele disse que a profissão é como pescaria. “Tem que ter paciência. Aqui mesmo vi colegas deixando o local e voltando para casa com a carreta vazia. Eu prefiro aguardar aqui antes de ir embora. Com serviço e dinheiro no bolso”, explica.

Já para o outro caminhoneiro, Domingos Valmir Mota de Souza, 57 anos, que estava fazendo almoço no próprio caminhão, para economizar, o benefício é uma vergonha. “Não vou pegar esse auxílio. Isso é uma vergonha. A gente precisa de condições de trabalho”, disse ele que saiu do Rio Branco (AC) e está indo para União da Vitória (PR).

Caminoneiro mostra dispensa cheia, até com picanha, para seguir viagem. (Foto: Cleber Gellio)
Caminoneiro mostra dispensa cheia, até com picanha, para seguir viagem. (Foto: Cleber Gellio)

Ele acredita que o governo federal deveria acabar com os atravessadores. “Acredito que a extinção da presença do atravessador na contratação de serviço seria melhor do que medidas como esta ou a redução do preço do combustível. Esses dias por exemplo, peguei um serviço de R$ 32 mil o frete, mas o atravessador ficou com R$ 16 mil.”

Com uma dispensa cheia, com até picanha na geladeira, Domingos afirma que da parte dele não há do que reclamar da profissão. “Não tenho do que reclamar, mas sei que muitos colegas precisam. As coisas estão muito caras e os custos elevados. Paguei R$ 10 o litro do leite e R$ 14 no óleo lá no Acre. Ontem fui comer um prato feito simples de tudo e paguei R$ 28. Um absurdo”, lamenta.

PEC – Segundo o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, os novos benefícios devem começar a ser pagos no dia 9 de agosto. Além dos mil reais aos caminhoneiros,  até o fim de 2022 o Auxílio Brasil será reajustado de R$ 200 para R$ 600.

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