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Política

Partidos de esquerda "se perderam", admite Aldo Rebelo em MS

Ex-ministro esteve nesta segunda-feira em Campo Grande e reconheceu que SD deve fazer aliança com o PSDB no Estado

Gabriel Neris e Anahi Gurgel | 21/05/2018 16:45
Aldo Rebelo durante entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira (Foto: Paulo Francis)
Aldo Rebelo durante entrevista coletiva no início da tarde desta segunda-feira (Foto: Paulo Francis)

Pré-candidato à presidência da República, o ex-ministro Aldo Rebelo admitiu em Campo Grande, nesta segunda-feira (8) que os partidos de esquerda se "perderam ideologicamente". Este foi um dos motivos de ter deixado o PC do B, onde ficou por 40 anos, e se filiou ao Solidariedade, afirmou.

Rebelo passou a segunda-feira (21) em Campo Grande. Segundo ele, o PC do B “evoluía de uma maneira diferente da 'agenda' do país”.

Hoje, o ex-ministro, que também teve rápida passagem pelo PSB, percorre o Brasil em busca de aliados. Rebelo afirmou que tem uma formação nacionalista e ganhou espaço no SD - partido que já o vinho apoiando desde o projeto do Código Florestal, do qual foi relator.

“O que se deve levar em conta é a retomada do crescimento do país, a luta contra o desemprego e a redução da desigualdade”, disse. Rebelo citou que o país está marcado pelo “ódio da sociedade”. “As pessoas estão intolerantes. No mundo político, quem defende luta não pode ser candidato”, complementa.

Também citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba. Disse que há uma incerteza em relação a possibilidade dele ser candidato à presidência. Caso isso ocorra, “a esquerda estaria mais aglutinada, agora está pulverizada”.

Essa fragmentação, segundo ele, impede a definição de alianças neste momento. “O candidato a presidência vai ter que abrir palanque”, destaca. Em Mato Grosso do Sul, a tendência é a de que o SD esteja com o PSDB nas eleições. Pela manhã, Rebelo foi recebido pela vice-governadora Rose Modesto (PSDB), no Parque dos Poderes. Segundo ele, a situação também é semelhante em outros estados.

Rebelo já foi ministro dos Esportes, da Defesa e Ciência, Tecnologia e Inovação e ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais. Considera Mato Grosso do Sul com potencial de desenvolvimento. Citou Três Lagoas e a indústria de celulose, hidrovias, agroindústria e mineração. Nestes dois últimos considera que são “duas vertentes fortemente presentes em Mato Grosso do Sul”.

Durante a passagem pela capital sul-mato-grossense, Rebelo também comentou a situação do deputado federal Paulinho da Força, presidente nacional do SD e investigado pela Lava Jato. O parlamentar apoiou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, aliada de Rebelo. O ex-ministro citou que segue sendo “leal” a ex-presidente e que em relação ao deputado “essas operações desencadeadas devem cumprir com o seu papel. Todos têm direito de defesa”. Também criticou o envolvimento do Poder Judiciário com as decisões tomadas pelo país e defende o que ele chama de "fortalecimento do Executivo".

Terras indígenas – O ex-ministro pediu também que haja “equilíbrio” nas decisões tomadas em relação a demarcação de terras indígenas. Em Mato Grosso do Sul, os conflitos pela posse se tornaram constantes nos últimos anos.

“Não se pode corrigir uma injustiça do passado com uma injustiça do presente. Tem que haver estudo de cada localidade para avaliar a cultura atual dos indígenas. Algumas etnias sofrem mais influências dos não índios do que outras, isso também tem que ser levado em conta”.

Rebelo pede cautela nas decisões tomadas em relação as terras para evitar situações de conflitos e também de suicídios, principalmente pelo lado indígena.

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