Presidente diz que Comissão Processante nada tem a ver com a CPI do Calote
O presidente da Comissão Processante da Câmara de Campo Grande, vereador Edil Albuquerque (PMDB), informou nesta noite que todo o trabalho investigatório nada tem a ver com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Calote. “O trabalho é em cima da denúncia dos empresários. Não tem nada a ver com a CPI. Não mexemos com isso”, garantiu Edil.
A Comissão Processante aprovada ontem pela Câmara, por 21 votos a oito, foi baseada em denúncia protocolada por dois empresários que são ex-aliados do prefeito Alcides Bernal (PP), Luis Pedro Gomes e Raimundo Nonato de Carvalho.
Indagado se os pontos principais da denuncia não foram feitos com base no relatório da CPI do Calote, Edil respondeu: “Se baseia em algumas coisas que a CPI analisou, mas tem outras coisas, Tem desdobramentos, coisas pessoais também”.
Edil Albuquerque revelou que conhece apenas parte da denúncia e que o aprofundamento será feito agora pela Comissão Processante. “Algumas coisas a gente conheceu, pois a denúncia foi aprovada por nós. Agora tenho que conhecer tudo”, apontou.
Hoje, Edil comandou a primeira reunião da Comissão Processante. ”Hoje foi para dar o norte das coisas. Ver decreto lei 201/64, que mostra o que devemos fazer”, informou o presidente. “Amanhã devo estar recebendo as peças da denúncia e aí tenho cinco dias para encaminhar para o prefeito e ele 10 dias para me devolver com a resposta”, revelou. Segundo Edil, o prefeito Alcides Bernal vai ter direito a sete testemunhas.
Esta manhã, durante entrevista coletiva, Bernal acusou os vereadores de terem feito uma “fraude” ao criar a Comissão Processante, a partir de relatório da CPI do Calote. Alegou que o encaminhamento de relatório é para o Ministério Público e Tribunal de Contas, não podendo os vereadores se investirem na função de julgadores. Avisou que vai ingressar na Justiça contra a comissão.
Já Edil Albuquerque deixou claro que a Comissão Processante nada tem a ver com a CPI, que, pela legislação, termina as investigações e encaminha as conclusões para o Ministério Público.