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Política

Soraya vê apoio a voto aberto como indício de rejeição a Renan e prevê surpresa

Senadora do PSL recebeu candidatos em seu gabinete, revela “segundo voto” em Simone e aposta em reviravolta até a votação

Humberto Marques | 01/02/2019 18:45
Soraya (à esquerda), ao lado dos ministros Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Mandetta (Saúde) e do senador Nelsinho Trad, no início dos trabalhos no Senado; parlamentar aposta em surpresa na eleição. (Foto: Divulgação/Assessoria)
Soraya (à esquerda), ao lado dos ministros Tereza Cristina (Agricultura) e Luiz Mandetta (Saúde) e do senador Nelsinho Trad, no início dos trabalhos no Senado; parlamentar aposta em surpresa na eleição. (Foto: Divulgação/Assessoria)

O apoio dos senadores à instituição do voto aberto na eleição para a Mesa Diretora do Senado serve de indicativo para a votação e sugere a derrota de Renan Calheiros (MDB-AL) na disputa que deve ser oficializada há pouco no plenário. A avaliação é da senadora Soraya Thronicke (PSL), que participa da escolha da qual deve participar, ao todo, sete postulantes, e aposta em uma reviravolta até o fim da noite desta sexta-feira (1º).

Soraya recebeu em seu gabinete alguns dos integrantes da chamada frente anti-Renan para reuniões visando a traçar estratégias para a sessão aberta há pouco e que, neste momento, registra tumultos por conta da discussão sobre abertura dos votos –regimentalmente, a votação ocorre de forma sigilosa, porém, há um apelo para que parlamentares revelem suas escolhas. Esta foi uma das defesas de Simone Tebet, derrotada na escolha do MDB para o posto e que é uma das opositoras a Renan.

“Trabalhamos incansavelmente com a Simone e outros candidatos, fizemos duas reuniões em meu gabinete e, infelizmente, não conseguimos chegar ao nome dela”, disse Soraya. Ela reiterou que o senador Major Olímpio (SP) é a indicação do PSL para o cargo e tem seu apoio, contudo, revelou que houve esforços para que se convergisse para um nome único.

“Era o que estávamos lutando, pedimos que ela mantivesse sua candidatura avulsa, porém, seria difícil para ela. Somando votos talvez a convenceríamos e caso o Major Olímpio e o PSL decidam retirar suas candidaturas, meu segundo voto e o do partido seria para a Simone”, explicou Soraya, que acredita em surpresas.

Indicativo – A senadora, estreantes em Brasília, contestou a extensão dos trabalhos por conta de discursos –“não necessita tanto, poderia ser mais pragmático, senão, a sessão vai durar 24 horas”, opinou–, porém, considera que, havendo espaço para negociações, ainda será possível “mexer as peças”.

Para Soraya, o apoio de 48 senadores à abertura da votação é um indício de que há resistência a Renan por parte da maioria do plenário. Os apoiadores de Renan são a favor da manutenção da votação secreta.

“Quem quer votar aberto não vai votar no Renan. Isso é bastante interessante”, disse, prometendo abrir seu voto mesmo que ele ocorra de forma fechada. “Esse apoio já deu noção dos senadores que estarão conosco”, pontuou.

Sete senadores devem disputar a eleição: Álvaro Dias (Podemos-PR), Ângelo Coronel (PSD-BA), Fernando Collor (Pros-AL), Major Olímpio (PSL-SP), Reguffe (sem partido-DF), Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Renan Calheiros –os dois últimos deveriam se inscrever momentos antes do início da votação.

Será eleito o candidato que atingir maioria absoluta na disputa, isto é, 41 dos 81 votos –número inferior aos apoiadores do voto aberto. Caso ninguém atinja esse placar, será disputado segundo turno entre os dois candidatos mais votados.

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