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Política

TSE calcula que adoção do voto impresso vai custar ao país R$ 1,8 bilhão

Agência Brasil | 22/11/2015 19:00
Equipamento semelhante a este deve ser adotado a partir da eleição de 2018(Foto:Divulgação)
Equipamento semelhante a este deve ser adotado a partir da eleição de 2018(Foto:Divulgação)
Congresso derrubou veto e instituiu impressão do voto (Foto:Divulgação)
Congresso derrubou veto e instituiu impressão do voto (Foto:Divulgação)

 A adoção do voto impresso, que conforme a recente minireforma eleitoral aprovada pelo Congresso será implemenado a partir da eleição de 2018, vai custar ao pais R$ 1,8 bilhão, recurso necessário por exemplo, para compra de 833.036 impressoras (uma para cada urna) de um modelo cujo tamanho seja semelhante ao que é usado para emitir notas fiscais.

O custo inclui também a aquisição de mais urnas eletrônicas – atualmente existem 451 mil –, já que, segundo Tribunal Superior Eleitoral, seria necessário abrir mais locais de votação para compensar o tempo maior previsto para cada voto e assim evitar atrasos. A impressão foi vetada em setembro pela presidente Dilma Rousseff , mas o  veto foi derrubado na última quarta-feira.

Para o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, o voto impresso é "ineficiente", "ineficaz para auditoria" e "prejudicial para o processo". Ele argumenta que hoje o tribunal já submete as urnas e o software usado nelas para consultas e testes pelos partidos, e que o voto impresso traria de volta a "intervenção humana" na apuração. "Onde há intervenção humana, há lentidão, prática de erros e possibilidade de fraudes. A impressão traz, em síntese, a volta das mesas apuradoras", diz o secretário, que também alerta para a possível demora na divulgação dos resultados.

"Certamente não teremos mais o resultado no mesmo dia, vamos ter esse resultado em talvez um ou dias depois, considerando essa interferência manual no processo", afirma.
Outro problema, diz, é o tempo maior para cada eleitor votar. Pelo novo modelo, após digitar na urna eletrônica, o eleitor vai conferir sua escolha no registro impresso, que depois será depositado numa urna física de forma automática e sem contato manual (veja no vídeo ao lado).

Em 2002, lembra Janino, o TSE adotou o voto impresso em algumas urnas no Distrito Federal e o tempo de votação chegou a dobrar, de 1,5 para 3 minutos. "Tivemos inclusive votações que foram até 1h da manhã", diz. Um dos problemas foi a impressão dos registros, que travou com papel embolado na saída de vários equipamentos.
Onde há intervenção humana, há lentidão, prática de erros e possibilidade de fraudes. A impressão traz, em síntese, a volta das mesas apuradoras"

Quanto ao transporte e manutenção, ele diz que "complica muito mais uma logística que é complexa".
"Nós temos um país de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, em que mais de 60% corresponde à região amazônica. Nessa região amazônica, nós temos pelo menos 1.500 pontos de difícil acesso, onde se leva até duas semanas para se chegar de barco. Os equipamentos passam por variação de temperatura, umidade, salinidade, recebendo muito impacto e têm que chegar até esses pontos de votação em funcionamento", afirma.

"Na nossa realidade, incluir mais um dispositivo desse vai trazer ponto de falha bastante importante e principalmente complicando também mais o processo de forma geral, na sua logística, na sua manutenção, na sua conservação, no processo de substituição de equipamentos em pane, certamente traz um complicador bastante considerável", diz.

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