Uso de gás paraguaio pela Prefeitura de Paranhos será denunciado ao MP
Botijões de gás de origem desconhecida, possivelmente comprados no Paraguai, estão sendo utilizados em pelo menos dois órgãos da Prefeitura de Paranhos, na fronteira de Mato Grosso do Sul. A denúncia será apresentada amanhã por três vereadores, inclusive o presidente da Câmara, ao Ministério Público.
O botijão de gás de cozinha paraguaio custa quase a metade do preço do brasileiro. Enquanto o nacional é vendido em Paranhos por R$ 45,00 a R$ 50,00, no vizinho Paraguai é comprado por R$ 28,00 a R$ 30,00. “É bem mais barato, mas é diferente do brasileiro e não oferece segurança nenhuma”, afirmou o vereador Hélio Acosta.
Os vereadores Hélio Acosta, Paulo Rufino e Romaldo Zonato, este último presidente da Câmara, todos do PSDB, receberam informações de que botijões paraguaios estariam sendo utilizados por órgãos da prefeitura. O PSDB é a bancada majoritária da Câmara, com cinco dos nove vereadores. O prefeito Júlio Cesar de Souza é do PDT.
A primeira visita foi ao Posto de Saúde Municipal e lá houve a constatação de que o botijão tinha origem duvidosa, por não ter marca, embora a coordenadora tenha afirmado que o produto tinha sido adquirido no Mercado Apolo, em Paranhos. Os três vereadores seguiram então para outros órgãos públicos e encontraram mais um botijão irregular no CRAS.
Para os vereadores, a compra de botijões de gás sem procedência definida, sem nota fiscal, pode configurar crime de improbidade administrativa. “É irregular. Não vão ter nota fiscal”, apontou Acosta. Caso seja confirmada a origem paraguaia, pode-se estar configurada a prática de crime de contrabando ou descaminho.