Vander Loubet e lobista viajaram no mesmo voo para os EUA, diz PF
De acordo com inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal), o deputado federal Vander Loubet (PT/MS) e o lobista Jorge Luz, suspeito de pagar propina ao ex-deputado federal pelo PT, Cândido Vacarezza, viajaram duas vezes no mesmo avião para Miami, nos Estados Unidos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.
Jorge Luz é uma das pessoas citadas pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como responsável em conseguir a contratação pela Petrobras, da empresa Sargent Marine, especializada em fabricação de asfalto. Já Vander é um dos principais nomes do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul.
Segundo o delator, Jorge Luz lhe confidenciou recebimento de comissão pela atuação como lobista na estatal brasileira, há vários anos. Esse valor teria sido dividido com o deputado Vacarezza.
De acordo com a PGR (Procuradoria Geral da República) Vander e Vacarezza também são vinculados à chamada “Máfia do Asfalto”, que apura a atuação da BR Distribuidora na venda de asfalto para prefeituras do interior paulista.
De acordo com relatado à Folha de São Paulo, a informação sobre os voos, visa confirmar o depoimento de Paulo Roberto Costa, que diz acreditar que Vander teria participado de uma reunião na casa de Luz e Vacarezza. O delator afirma ter certeza de que o teor do encontro seria repasses de dinheiro para a campanha de Vacarezza.
O depoimento de outro delator da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Yousseff, sugere relação de Loubet e Vacarezza em esquema de corrupção na Petrobras. Youssef relata ter enviado dinheiro ao advogado de Campo Grande, Ademar Chagas da Cruz, que seria emissário de Vander, entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014.
O doleiro disse ter entregue o dinheiro em espécie para Vacarezza, em três ou quatro parcelas de R$ 150 mil.
Vander e Vacarezza não foram encontrados para falar sobre as acusações. No início da operação, a assessoria do petista de Mato Grosso do Sul disse que o parlamentar estaria a disposição da justiça para o esclarecimento de todos os fatos.
Em 2014, Vacarezza classificou as acusações de inconsistentes e que as informações passadas à Polícia Federal não deixarão dúvidas que ele é inocente.