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Cidades

Ladrões roubam móveis e até telhado de casa da família de quadrigêmeas

Lidiane Kober | 30/10/2014 18:49
Pais das gêmeas não perdem a esperança e acreditam que vão recuperar tudo o que perderam (Foto: Alcides Neto)
Pais das gêmeas não perdem a esperança e acreditam que vão recuperar tudo o que perderam (Foto: Alcides Neto)

Com 62 dias de vida, as quadrigêmeas mostram força e surpreendem a equipe da Maternidade Cândido Mariano pela rápida recuperação. As meninas até poderiam deixar o hospital em poucos dias, mas o destino tirou móveis e até o telhado do barraco de dois cômodos onde família residia, em um assentamento de Anastácio. Agora, elas não tem um teto para morar.

Mãe das pequenas, Denir Campos, 37 anos, comemora a saúde das filhas, mas não esconde a preocupação com o amanhã. “Tivemos que deixar o barraco para vir a Campo Grande cuidar das meninas. Nesse tempo, invadiram e levaram tudo, desde o telhado, a mantimentos, roupas, móveis e calçados”, relatou. “O que sobrou a chuva destruiu e, agora, não temos para onde ir”, completou.

Psicóloga da maternidade, Jackeline Medeiros confirma a boa recuperação das quadrigêmeas e reforça a preocupação com o destino da família. “Há duas semanas, as meninas deixaram a área de internação e estão no 'Mãe Canguru', uma ala que garante o acompanhamento médico e dos pais”, contou.

No local, elas permanecem apenas para a menor, de 1,630 quilos, ganhar um pouco mais de peso. “As outras três estão a espera da Elisa para poder receber alta”, frisou. Isso, segundo a psicóloga, é questão de dias. “Mas, por uma questão social, não temos como dar alta às quadrigêmeas até a família ter para onde ir”, acrescentou Jackeline.

Apesar da dificuldade, a mãe não perde a confiança. “Tenho fé em Deus que tudo que tiraram de nós vamos recuperar”, afirmou. No barraco onde morava com o marido e outras quatro filhas, de 12, 10, 7 e 4 anos, os únicos luxos eram um ventilador e uma TV de 14 polegadas.

Além de não ter um lar, a família está sem renda. “Meu marido precisou abandonar o trabalho para ajudar a cuidar das crianças”, contou Denir. Por dia, as quatro meninas consomem 800 gramas de leite especial, que custa em média R$ 64 a lata. “A mãe teve leite insuficiente”, explicou a psicóloga da maternidade.

Outro problema é a falta de estrutura para montar a casa. “Eles não tem geladeira, fogão, ganharam apenas quatro berços e uma cômoda”, relatou Jackeline. Logo depois que as crianças nasceram, a solidariedade ultrapassou fronteiras e fraldas e roupas vieram até de outros estados.

Um luz – Assim que ficou sabendo do drama da família, o prefeito de Anastácio, Douglas Figueiredo, prometeu dar uma casa à família. “Assim que recebi alta, fomos até a prefeitura, mas até agora, ninguém confirmou a doação”, disse Denir.

Por telefone, o prefeito reforçou a promessa. “Hoje, minha esposa viu uma casa provisória de um conjunto, a residência foi retomada e a família ficará lá até a nova ficar pronta”, declarou Douglas. “Vamos, inclusive, adaptar a moradia para a família abrigar as oito filhas”, completou.

A moradia é uma das 809 de novo conjunto habitacional da cidade, em fase de conclusão. “Até o natal, queremos entregar as casas”, afirmou o prefeito. A residência conta com dois quartos, forro, piso, rede de esgoto e asfalto.

Enquanto isso, as meninas seguem ocupando a área do “Mãe Canguru” na maternidade. “Essa noite quase não dormi, elas choraram muito por causa de cólicas, mas só reclamam quando estão com dor ou fome. Às vezes, até preciso acordá-las para dar o leite”, contou Denir, feliz com a saúde das filhas. Sobre as outras quatro meninas, ela revelou que estão sob os cuidados de sua irmã no interior de Anastácio.

Quem quiser ajudar a família pode entrar em contato com a Maternidade Cândido Mariano (67 3041-4700) ou direto com Denir pelo telefone (67) 9680-1729.

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