Pandemia volta a ameaçar e o turismo já sente o impacto
Em menos de um mês, tudo mudou no cenário do turismo mundial. O clima de otimismo sobre o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19, a flexibilização, restrições reduzidas à circulação de pessoas e a volta das viagens, deu lugar à preocupação depois da descoberta de nova variante do coronavírus identificada na África do Sul.
É como uma volta ao passado pós março de 2020. Já começaram os temores sobre novos confinamentos (lockdowns) e fechamento de fronteiras ao redor do mundo. Ou seja: Isso já está afetando diretamente as companhias aéreas, os hotéis de tudo que é relacionado ao turismo.
Em apenas um dia desta semana foram identificados 2.465 novos casos da doença na África do Sul. A Comunidade Econômica Europeia já alertando os mercados internos sobre o risco da nova variante, mas é importante destacar que a Europa também está enfrentando uma nova onda de casos do Covid-19 nos últimos meses, tanto que que países como Áustria, Alemanha, França e Portugal voltaram a adotar medidas mais restritivas.
No início deste mês, os viajantes brasileiros comemoraram a abertura das fronteiras dos Estados Unidos para o turismo, mas lá a situação também é bastante crítica. O país enfrenta uma escalada de novos casos diários de Covid-19 por conta da variante Delta. Na comparação de 10 casos por dia a cada 1 milhão de habitantes, em julho, agora em novembro são 490 casos diários, ou seja, 10 vezes mais pessoas infectadas.
Já o Brasil que, no auge da pandemia era considerando o “patinho feio” do combate ao vírus, acusado por brasileiros e pelo mundo de tratar a doença com descaso, agora vive uma realidade bem diferente dos europeus e americanos. Entre julho e novembro, o país saiu de 360 casos de Covid-19 por dia a cada 1 milhão de habitantes para 102 casos diários, bem diferente dos Estados Unidos, por exemplo.
O Brasil não tem a tradição de dificultar a entrada de estrangeiros, bem ao contrário dos americanos e dos países europeus. Mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) á enviou uma orientação para a Casa Civil da Presidência da Repúblicas para que o governo brasileiro adote medidas de restrição à entrada de passageiros vindos da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. O ideal seria fechar também para quem vem da Europa e dos Estados Unidos na mesma proporção do que fizeram com os brasileiros.