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A importância do gerenciamento de estresse

Por Vanessa Kasy (*) | 16/04/2024 08:30

Sem fazer exercício físico e dormindo mal, com mais fome, mais vontade de comer alimentos palatáveis como carboidrato, doces e gorduras. Emocionalmente irritada, insatisfeita e cansada. O tempo todo conectada ao celular. Mas a exposição exagerada às telas, ao invés de "relaxar", dificulta ainda mais o sono e contribui para um círculo vicioso em que o estresse se tornou vilão.

 Consegue se reconhecer nesta cena cotidiana? Infelizmente, cerca de 90% da população mundial sofre com estresse, segundo dados dos últimos cinco anos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para ajudar as minhas pacientes no processo de reeducação alimentar e emagrecimento, primeiro compreendemos o que é o estresse, para criamos estratégias para o gerenciamento dele, inclusive para que não se torne crônico.

 Se não for tratado de forma adequada, o estresse pode gerar muitos problemas, entre eles cansaço, dores de cabeça e musculares, desajustes no sistema digestivo, irritabilidade, ansiedade, aumento da pressão arterial, problemas cardiovasculares, depressão e até compulsão alimentar. Sabe aquela vontade irresistível de comer doce? Devorar hamburger com batata frita e refrigerante?

 Aprender a gerenciar o estresse e as emoções que surgem a partir das questões do cotidiano é fundamental para que as pacientes consigam seguir a prescrição alimentar sem que isso seja vivenciado como um sofrimento. Infelizmente, hoje, grande parte da população brasileira sofre de sobrepeso ou obesidade justamente por não está conseguindo lidar com os estímulos estressantes de modo adequado e acabar descontando isso na comida.

 O que fazer? Ter uma rotina organizada e planejada ajuda muito, começando pela rotina do sono: quantas horas você dorme, qual a qualidade do seu sono, está conseguindo se recompor ou acorda diariamente cansada? Pode parecer insignificante, mas um sono de má qualidade atrapalha muito o desempenho nas atividades diárias, afeta o humor e pode inclusive gerar mais fome.

 Para facilitar e melhorar o sono, indico às pacientes que estabeleçam hábitos consistentes, como ir para a cama sempre no mesmo horário, criar um ambiente propício, mantendo o quarto escuro, silencioso e a uma temperatura agradável e incorporando atividades relaxantes, como leituras positivas e meditação.

 Além disso, é importante evitar o uso do celular antes de dormir, pois o azul da tela dos aparelhos eletrônicos pode interferir na produção do hormônio melatonina que interfere nos padrões de sono. Acrescentar nessa rotina a prática de exercício físico regular é fundamental para ambos: regular o sono e gerenciar o estresse.

 Entre outros hábitos saudáveis que contribuem na reeducação alimentar e no emagrecimento estão ingerir muita água, priorizar alimentos nutritivos e saudáveis e atividades de descompressão (leitura, ouvir música, estar com a família, contato com a natureza e momentos de autocuidado).

 As pacientes costumam passar por um processo de transformação ao longo desse processo, inclusive mudam o paladar e passam a gostar muito mais de salada, frutas e legumes. Mesmo com apoio nutricional, essa "jornada" só é possível quando a pessoa se propõe a viver o desafio do autoconhecimento, da autorregulação emocional e da autorresponsabilidade.

 Talvez seja necessário o suporte de outros profissionais, como psicólogo, psiquiatra e outros médicos. Mas independente da situação em que esteja inserida, não se cobre tanto. Tem uma frase que me ajudou e venho utilizando como mantra diário para obter excelentes resultados: "Primeiro faz, depois melhora". Porque não evoluímos nada que não tenhamos começado. Apenas dê o primeiro passo!

(*) Vanessa Kasy, nutricionista com formação na UFMT e pós-graduação em Comportamento Alimentar.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros. 

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