Mulheres poderosas da história
A propósito do Dia Internacional da Mulher, é sempre oportuno fazer um retrospecto histórico para nos lembrar do valor de todas as mulheres em nossas vidas. Desde que o mundo é mundo, as mulheres prevalecem e mandam. Elas têm em sua essência um componente genético de fascínio, e isso é parte da natureza delas. São tão inteligentes que nos fazem pensar que somos mais inteligentes do que elas.
E nós acreditamos. Fazendo uma viagem na história, vemos que tem sido assim desde o princípio. Começou com Eva. Adão, ao se ver flagrado por Deus, foi logo se desculpando: “A criatura que me deste por companheira me deu a fruta e eu comi”. Nessa fala de Adão está implícita uma cobrança a Deus, como se o erro pudesse também ser imputado a Ele, não querendo Adão admitir que foi seduzido.
A partir de Eva, todas as mulheres recebem em sua concepção um dom, que só elas identificam, e que sabem utilizar com toda maestria. No Antigo Testamento temos vários episódios que registram o poder e o magnetismo feminino. Por exemplo, Rebeca, mulher de Isaac, consegue burlar a tradição ao obter a bênção de Isaac para o caçula Jacó, quando quem deveria receber a bênção era o primogênito, Esaú (embora fossem gêmeos, Esaú nasceu primeiro). Esse fato desencadeou todo um drama familiar dos mais conhecidos na Bíblia, na literatura e nas artes em geral.
Já Dalila usou de todos os seus encantos para seduzir o poderoso e forte Sansão, que acabou contando que o segredo de sua força residia em seus cabelos (cortaram-lhe as madeixas, cegaram-lhe os olhos e uma tragédia se deu). Ruth, uma viúva moabita, instruída por sua sogra Noemi, conseguiu conquistar Booz.
Abigail, quando o exército de Davi (futuro rei de Israel) vagava precisando de mantimentos que foram negados por Nabal (marido de Abigail), espertamente mandou um servo levar comida para os soldados famintos e conseguiu evitar que Davi atacasse sua propriedade. Pouco tempo depois, ao saber do acontecido, Nabal teve uma síncope e morreu.
Davi então se casou com a bela e sábia Abigail, sua primeira mulher, e que muito o ajudou com sua sabedoria. A bela Betsabá soube mostrar-se tomando banho para Davi, já rei de Israel, deixando-o apaixonado e levando-o a fazer de tudo para conquistá-la, a ponto de enviar o marido de Betsabá, o comandante Urias, para a frente de batalha para que logo morresse e Davi pudesse ficar com a viúva. Betsabá foi a mãe de Salomão, o rei que segundo conta a Bíblia teve mais de 700 mulheres e 300 concubinas, mas não resistiu aos encantos da rainha de Sabá, uma bela etíope negra chamada Belkiss. E houve Judite, uma bela viúva judia que com sua beleza seduziu Holofernes, o comandante do exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia.
Ela cortou a cabeça de Holofernes para libertar o povo de um cerco que estava minando toda sua resistência. Nascida de uma família judaica, Ester, esposa do rei persa Assuero, adentrou a sala do trono real sem permissão e, com coragem indômita, provou ao rei o equívoco de um decreto real, conseguindo a sua revogação (algo quase impossível de conseguir, pois a palavra de um rei não volta atrás) e livrou o povo judeu do extermínio que já estava decretado e com dia marcado.
Todas essas mulheres fazem parte da história bíblica. Fora da Bíblia, temos também a clássica história de Cleópatra, rainha do Egito, que antevendo a derrota do seu exército para o de César, se apresentou a ele envolta num tapete que, ao ser desenrolado, mostrava toda sua exuberância, e César, impressionado com sua coragem e maravilhado com a beleza de Cleópatra, se rendeu aos encantos dela.
Quando César retornou a Roma, ela fez o mesmo com Marco Antônio. Por essas e outras incontáveis histórias, que não param de acontecer a todo instante, somos sempre testemunhas da capacidade milenar da mulher de encantar a todos, com seu poder magnético que nos alegra e nos conquista.
Heitor Rodrigue Freire (*) – Corretor de imóveis e advogado.