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O que as tendências dizem sobre o futuro e a mobilidade corporativa

Danilo Tamelini (*) | 18/03/2022 08:30

O mercado de trabalho deu um grande salto. Se antes estávamos acostumados a ver um ambiente tradicional e cheio de velhas manias, as novas gerações e as mudanças de um mundo globalizado transformaram todo esse cenário.

Anos atrás, a força do trabalho estava sempre pautada nas hard skills, muito disso ainda por conta da revolução industrial que iniciou-se na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII. A principal ideia da época era a produção massiva por meio da força de trabalho do homem e das máquinas. Entretanto, hoje estamos na era da indústria 4.0; - e a caminho de novas revoluções - nessa nova era, não importam apenas o capital e as máquinas, afinal, o homem virou a grande valia das empresas, que por sua vez agora oferecem benefícios em prol da saúde desse colaborador e avaliam, atentamente, suas soft skills (que para um mundo como o que vivemos, se tornaram competitivas dentro do mercado).

Outras mudanças que começaram a ter visibilidade na contemporaneidade também continuam modificando o universo corporativo e aqui, entramos em um ponto muito importante para nós e que está baseado na transformação das cidades, no desenvolvimento de novas tecnologias e no surgimento das smart cities - ou cidades inteligentes:

Assim como no mercado de trabalho, a mobilidade urbana e as construções das cidades também passaram por esses avanços. Um exemplo para isso é pensar em como surgiram as primeiras cidades no Brasil, construídas viradas para o mar como Salvador, São Sebastião, Rio de Janeiro, Recife e outras. Neste caso, a arquitetura ou a organização das cidades não existiam, pois elas surgiram com o objetivo de defender o território, até então, do Império Português.

Podemos dizer, então, que o mundo assistiu várias tendências aparecerem e desaparecerem: como com o layout das construções, os tipos de moradia, as máquinas de trabalho, os meios de transporte, os modelos de trabalho, entre outros. E, ao comparar o passado do Brasil com os dias de hoje, visualizamos mudanças de comportamentos e de valores. Isso, por sua vez, é capaz de moldar as novas tendências que são valiosas para o nosso desenvolvimento daqui para frente, entre elas, o modelo de trabalho, o consumo consciente, a mobilidade urbana e corporativa voltadas às novas necessidades, diversidade e pensamento igualitário aos direitos humanos, entre outros.

Com a ideia de pensar mais na população e na experiência das pessoas, a mobilidade deve adaptar-se a novos cenários: ao novo modelo de trabalho (assim como já está ocorrendo no exterior, com um formato híbrido ou de anywhere office); Ao consumo consciente (com redução de gases nocivos ao meio ambiente). Aos avanços tecnológicos ( com o surgimento de carros movidos à eletricidade). As mudanças no pacote de benefícios das empresas (com promoções e ações oferecidas como forma de cuidado, oferecendo outras opções como o fretamento, gerando segurança, bem-estar e engajamento aos colaboradores). Em formatos compartilhados, (reduzindo carros na rua), entre outros.

Hoje, o setor que não avança junto de seus clientes e que não pensa na experiência deles, fica inerte. Se dentro de uma realidade de um país que está mais cansado ou de uma população global que está mais doente, que pede por soluções efetivas para uma mudança e que por si só, já busca e discute sobre as novas transformações políticas, de direito humanitário, de soluções a vida e ao meio ambiente, não consegue se mexer, é no mínimo preocupante. Então, o segredo para o futuro da sociedade e do mundo corporativo, talvez, é o surgimento de uma nova tendência, que por sua vez, conduzirá a novas transformações: essa 'tendência' são as pessoas, então, porque, não ouvi-las, hoje?

(*) Danilo Tamelini é Co-fundador e Presidente LATAM da Busup.

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