Apesar de redução nos casos, mais de 1 pessoa é assassinada por dia em MS
Nos 105 primeiros dias de 2019, 135 pessoas foram mortas em Mato Grosso do Sul.
O número de casos de homicídios dolosos - quando há intenção de matar, caiu 11,11% em Mato Grosso do Sul nos quatro primeiros meses de 2019, em relação ao mesmo período do ano passado. Em Campo Grande a redução foi de 19%. Mesmo assim, a cada dia, pelo menos 1 pessoa é morta de forma violenta no Estado. A média é de 1 morto a cada 18 horas.
Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), do dia 1º de janeiro de 2018 ao dia 15 de abril do mesmo ano, foram registrados 135 homicídios no Estado. No mesmo período deste ano, o número foi de 120, o que representa uma redução de 11,11%.
Em Campo Grande a queda no número de homicídios foi de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos primeiros 105 dias de 2018, 21 pessoas foram assassinadas na Capital. No mesmo período de 2019 o número caiu para 17.
Durante todo o ano de 2018, a Sejusp contabilizou 449 homicídios nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
Mortes por arma de fogo - Mato Grosso do Sul ocupa o terceiro lugar na lista dos seis estados que apresentaram redução no número de mortes causadas por armas de fogo no Brasil entre 2001 e 2016.
Levantamento divulgado pelo jornal O Globo apontou que no período, Mato Grosso do Sul registrou queda de 17% nos casos de homicídios causados por arma de fogo, ficando atrás do Rio de Janeiro, com 34% e São Paulo, com 74%. Em 2001 foram registradas 397 mortes por arma de fogo no Estado. Já em 2016, o número caiu para 328.
Crimes de pistolagem - Mato Grosso do Sul registrou queda no número de homicídios, mas quatro crimes de pistolagem, com armas de grossos calibres, marcaram o ano de 2018 no Estado. Todos eles ocorreram em Campo Grande e fizeram a Polícia Civil montar uma força-tarefa para desvenda-los.
O primeiro crime ocorreu no dia 11 de junho na Avenida Guaicurus, vitimando subtenente Ilson Martins de Figueiredo, 62 anos, então chefe da segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O carro que a vítima estava foi atingido por pelo menos 45 tiros de fuzil AK 47 e carabina 556.
Pouco mais de quatro meses depois, Marcel Costa Hernandes Colombo, 31 anos, o ''Playboy da Mansão'', foi executado em um bar na Avenida Fernando Corrêa da Costa. Ele foi atingido por cinco tiros de pistola 9 milímetros.
Oito dias depois, Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, foi assassinado a tiros de fuzil ao deixar uma barbearia na Rua Enramada. Ele foi segurança do narcotraficante Jorge Rafaat, morto em junho de 2016 no Paraguai.
No dia 15 de novembro, o empresário Cláudio da Silva Simeão, 48 anos, foi executado a tiros de pistola 9 milímetros, por volta de 1h, quando chegava em casa, na Rua Patagônia com Antônio Vieira, no Jardim Bela Vista. Cláudio era empresário do ramo de mineração em Corumbá.
Há oito dias atrás, na noite do dia 9 de abril, o estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, foi morto com sete tiros de fuzil AK enquanto manobrava o carro do pai no Jardim Besta Vista. Matheus era filho do capitão reformado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto Teixeira Xavier.
Até o momento a força-tarefa, que reúne a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), não solucionou nenhum dos casos.