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Cidades

Defesa tenta manobra para cancelar audiência sobre execução de policial

Faltando pouco mais de 3h para sessão marcada para ouvir acusação contra grupo, advogados alegaram falta de notificação

Marta Ferreira | 01/03/2021 13:36
Flavinho, à esquerda, e o pai, Fahd Jamil, ambos foragidos e com prisão preventiva por formar organização criminosa. (Foto: Arquivo)
Flavinho, à esquerda, e o pai, Fahd Jamil, ambos foragidos e com prisão preventiva por formar organização criminosa. (Foto: Arquivo)

Foragido desde junho do ano passado, o empresário Flavio Jamil Georges, o “Flavinho”, 42 anos, apresentou à Justiça de Mato Grosso do Sul petição para adiar audiência marcada para esta tarde, para ouvir testemunhas de acusação na ação criminal em que ele e o pai, Fahd Jamil, conhecido como “Rei da Fronteira, são acusados como mandantes do fuzilamento do sargento Ilson Martins Figueiredo, chefe de segurança da Assembleia Legislativa. O crime ocorreu em junho de 2018, em Campo Grande, e foi investigado pela Operação Omertà, que apontou pai e filho e mais cinco pessoas como participantes da execução.

Petição de hoje assinada pelos advogados Rafael Serra Oliveira e João Pedro Vidal, de São Paulo, alega que Flavinho não foi citado sobre a audiência de hoje e que a defesa foi “surpreendida” com publicação no Diário da Justiça do dia 18 de fevereiro intimando o réu sobre a sessão.

Não foram concluídos os trâmites para a citação do Peticionário, já que ele não foi citado pessoalmente e também não foi determinada a expedição de edital de citação, nos termos dos artigos, 361, 363, §1º e 366, todos do Código de Processo Penal”, diz o texto protocolado 3 horas antes do compromisso judicial, marcado para começar às 13h30.

Os advogados alegam, ainda, que haverá prejuízo à representação do réu caso se decida pela realização da audiência na data de hoje.  Dizem não ter tido tempo hábil para analisar os autos e se inteira sobre o que as testemunhas de acusação sabem sobre os fatos narrados da denúncia. Afirmam ser “impossível fazer a elas qualquer indagação em defesa do réu e em contraditório ao parquet (Ministério Público)”

A manobra da defesa ocorre mais de meio ano depois da operação que tentou prender Flavinho e o pai, e ambos já haviam fugido. A denúncia contra eles foi acatada em outubro do ano passado, ou seja, há mais de 4 meses.

O caso – Conforme a peça baseada em inquérito de força-tarefa da Polícia Civil, Figueiredo foi alvo de crime de pistolagem, sob encomenda do empresário Fahd Jamil, 79 anos. A motivação seria vingança pela morte de Daniel Jamil Georges, o Danielito, filho de Fahd, desaparecido em 2011 e dado como morto no ano passado, e irmão de Flavinho. A família sempre foi conhecida como uma das mais poderosas da região fronteiriça de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Também são réus no processo o empresário campo-grandense Jamil Name, 81 anos, e o filho, “Jamilzinho”, 43 anos, ambos presos na penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN) por chefiar organização criminosa em Campo Grande, que atuaria em espécie de consórcio com o grupo criminoso da fronteira, inclusive para eliminar inimigos, tal qual o sargento reformado e chefe de Segurança da Assembleia Legislativa.

Os outros três réus no caso são o ex-guarda civil metropolitano de Campo Grande, Marcelo Rios, em cumprimento de preventiva em Mossoró, além Juanil Miranda Lima, outro ex-guarda, que está foragido, e um homem ligado a Fahd Jamil, Melciades Aldana, que também não foi localizado pela força-tarefa.

A petição vai ser analisada pelo juiz do caso, Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, durante a audiência, para ouvir testemunhas de acusação, entre elas autoridades policiais que investigaram o caso.

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